Artes/cultura
06/06/2021 às 10:00•2 min de leitura
De que o isolamento social é uma estratégia fundamental, não há nenhuma dúvida. No entanto, após mais de um ano de pandemia, alguns comportamentos observados, principalmente entre crianças e adolescentes afastados das escolas, começam a se revelar preocupantes.
Fonte: Freepik
Com o passar do tempo, o nível de ansiedade com a ideia de se contaminar em uma possível volta às aulas tem feito com que esses jovens fiquem totalmente apavorados com a ideia de sair de casa.
Observado no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no qual 55% dos inscritos para a prova impressa e 71% na versão digital não compareceram, esse comportamento arredio tem sido chamado pelos especialistas de "síndrome da gaiola”, remetendo-o ao de certos pássaros que, após passar muito tempo em cativeiro, não voam, mesmo que a porta da gaiola esteja aberta.
Falando ao site Guia do Estudante, a psicóloga e orientadora pedagógica do Colégio Oficina do Estudante, Priscila Gil Neto, conta que adolescentes que foram a lugares públicos, após muito tempo em casa, sentiram-se mal. Para ela, alguns já apresentam transtornos psicológicos, como depressão ou TOC.
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Segundo Gil Neto, “o isolamento gera grandes marcas emocionais. Por isso, é importante trazer o adolescente de volta para atividades cotidianas de forma saudável". Dessa forma, ressaltando que cada caso tem suas peculiaridades, a psicóloga deu algumas orientações para auxiliar pessoas que estejam vivendo essa situação.
Não é possível retomar a vida como se nada tivesse acontecido. A sugestão é que cada um respeite os seus limites e vá avançando. Dê um passo de cada vez, até conseguir assumir suas atividades normais.
Como a falta de experiências presenciais tem se revelado uma das maiores fontes de angústia, afastar-se dos amigos pode piorar a situação. Portanto, busque manter suas amizades por perto, seja por vídeo, áudio ou texto.
Antes que o quadro possa piorar, ouça e confie na sua rede de apoio. Afinal, as pessoas mais próximas de nós são as primeiras a notar as mudanças de comportamento.