Ciência
27/06/2021 às 04:00•2 min de leitura
Em 1895, em Berlim, na Alemanha, surgiu a Automat: a primeira máquina automática que vendia comidas e bebidas simples no melhor estilo fast food do século XIX. A "Quisisana", como foi chamada pelos alemães, apareceu pela primeira vez em uma sala de jantar em estilo Art Nouveau, expressando a integração da tecnologia e da experiência gastronômica, com intuito de atrair os clientes para "o futuro da gastronomia".
Na virada do século XX, os nova-iorquinos foram os primeiros a adquirirem o novo formato de refeições, transportando a Automat até a cidade mais movimentada e moderna dos Estados Unidos: Nova York.
(Fonte: Messy Nessy Chic/Reprodução)
Prometendo catapultar a maneira de fazer refeições, de modo eficiente, rápido e a preços baixos (graças ao serviço sem garçons), as máquinas automáticas de comida consistiam em um equipamento de metal reluzente com janelas de vidro, por onde era possível escolher sua comida e bebida já pronta. O molde se mostrou perfeito em um período em que os hábitos de higiene estavam decolando no país.
Enquanto tudo o que os clientes precisavam fazer era colocar uma moeda na máquina, apertar um botão, receber sua refeição em instantes e ir comer no salão repleto de pessoas, os trabalhadores por detrás delas cozinhavam sem descanso para conseguir suprir a demanda e não permitir que as vitrines ficassem sem pratos para servir.
(Fonte: Mental Floss/Reprodução)
Esses empregados trabalhavam por apenas 20 centavos por 50 horas semanais, sem horas extras ou férias remuneradas. Isso só mudou quando o movimento dos trabalhadores protestou por melhores condições, em 1952.
Quando Joseph Horn e Frank Hardart abriram o primeiro restaurante Automat, chamado Horn & Hardart, na Filadélfia, em 1902, o sucesso foi instantâneo. No entanto, a inovação mesmo foi conseguir reunir trabalhadores braçais, engravatados, mulheres ricas e as donas de casa lado a lado em um mesmo espaço, compartilhando de uma refeição da qual todos poderiam se servir.
(Fonte: All That's Interesting/Reprodução)
Em seu apogeu, o Horn & Hardart ocupou mais de 100 locais na cidade, reunindo cerca de 800 mil pessoas diariamente, tornando-se o McDonald’s da década de 1950. Dez anos mais tarde, a "máquina do futuro" se tornou obsoleta com a chegada do sistema de drive-thru e takeouts.
O declínio aconteceu também com a mudança no estilo de refeição que os clientes escolhiam comer, preferindo hambúrgueres a uma refeição caseira igual à oferecida pelo Automat.