Artes/cultura
01/07/2021 às 09:00•2 min de leitura
Desde 1953, alpinistas amadores e profissionais têm se arriscado para conseguir alcançar o cume do Monte Everest, em uma temida e mortal viagem que, para muitas pessoas ao longo desses anos, não teve volta.
A jornada não é fácil para ninguém, mas para Erik Weihenmayer foi pior ainda. Nascido em 23 de setembro de 1968, em Nova Jersey, ele tinha apenas 4 anos quando foi diagnosticado com retinosquise: uma doença rara que resulta na perda progressiva da visão. Aos 14 anos, Weihenmayer já estava complemente cego.
Com a ajuda de seus pais, que temiam que a doença o diminuísse mais ainda perante aos desafios do mundo, incentivou-o a se tornar mais fisicamente ativo, praticando luta livre e até escalada.
(Fonte: No Barriers USA/Reprodução)
Weihenmayer se apaixonou por escalada, tornando-se professor de alpinismo ao se formar na faculdade e se juntar ao Clube de Montanhismo do Arizona. Em 1995, ele alcançou o topo do Monte Denali, o pico mais alto da América do Norte.
Para qualquer homem cego, ele já havia ido muito longe, mas ainda não para o suficiente para Weihenmayer. Ele queria mais, por isso escalou 3 das 7 montanhas mais altas do mundo.
Em 2001, o alpinista estava pronto para o seu maior desafio: o Monte Everest.
(Fonte: Leading Authorities/Reprodução)
Além de as baixíssimas temperaturas, os níveis instáveis de oxigenação e obstáculos pelo caminho, Weihenmayer e sua equipe também encontraram dificuldade em recrutar um guia sherpa, visto que todos se recusavam em enfrentar o risco de guiar um alpinista cego pelo trajeto arriscado.
Depois que chegou em Katmandu, no Nepal, e os sherpas viram que o fato de ele ser cego não o limitava em nada, alguns guias concordaram com a expedição.
Apesar de os 16 anos de escalada profissional, Weihenmayer não esteve imune das dúvidas de seus amigos, que temiam o fato de ele não conseguir avaliar o tempo, a queda do gelo ou onde estava pisando no terreno instável.
(Fonte: Entrepreneur/Reprodução)
Ainda assim, o alpinista seguiu, com os membros do grupo guiando pelas fendas e gritando instruções quando necessário. Fora isso, foram seus anos de escalada que o ajudaram a alcançar o topo da montanha mais temida do mundo.
Em 25 de maio de 2001, Erik Weihenmayer, aos 33 anos, se tornou o primeiro homem cego da história a atingir o cume do Monte Everest, calando a boca daqueles que duvidaram de sua capacidade. Para esses, ele apenas: “Eles não viram nenhuma parte da minha vida, exceto o fato de que eu era cego”.