Ciência
07/07/2021 às 12:00•2 min de leitura
Com o fim da Guerra Civil Americana, em 9 de abril de 1865, a cidade de Cleveland, em Ohio (EUA), passou por uma rápido processo de industrialização. No meio do caminho, esse processo gerou toneladas de lixo e esgoto industrial que terminaram no leito do Rio Cuyahoga, que corre por 160 quilômetros através do estado até desaguar no Lago Erie.
As antes límpidas águas do rio foram alvo de todo o tipo de rejeito lançado pelas tubulações das fábricas, e não demorou muito para que se tornassem uma versão do Rio Tâmisa do século XIX. Durante as décadas de 1950 e 1960, a poluição havia atingido um nível tão alto que todos os peixes e organismos já estavam mortos, com apenas cadáveres inchados de ratos boiando pelo rio.
Infelizmente, os habitantes pouco se importavam porque acreditavam que esse era o preço que pagavam para estarem no centro da manufatura moderna, e o governo sequer fazia algo senão alertar as pessoas a se manterem longe do Cuyahoga.
(Fonte: PBS/Reprodução)
Em 22 de junho de 1969, o Rio Cuyahoga simplesmente pegou fogo depois que as faíscas de um trem que passava perto do canal acenderam uma mancha de óleo na água, causando chamas de até 5 metros de altura.
Mas isso já não era uma novidade, pois o rio já havia pegado fogo em 1912, matando cerca de 5 pessoas. E em 1952, causou um prejuízo de US$ 1,5 milhões aos cofres públicos. Ainda assim, nada foi feito.
Apesar de o incêndio de 1969 ter causado danos de apenas US$ 50 mil, o governo se deparou com uma mídia voraz vindo em sua direção.
(Fonte: EpochaPlus/Reprodução)
Apesar de ter sido considerado nada em comparação com os anteriores, esse incêndio atraiu atenção nacional da imprensa para o estado do Rio Cuyahoga, tornando o incidente matéria de capa nos jornais de todo o país.
Em vista disso, Carl Stokes, o primeiro prefeito negro de Cleveland, iniciou uma grande campanha para despoluir o rio, temendo que o escândalo o prejudicasse nas eleições futuras.
A limpeza do Rio Cuyahoga resultou na criação da Agência de Proteção Ambiental (EPA) em 1970. Em 22 de abril daquele ano, o senador Gaylord Nelson criou o primeiro Dia da Terra para atrair conscientização sobre o meio ambiente e a natureza – embora tenha sido motivado por fins políticos.