Artes/cultura
12/08/2021 às 04:00•2 min de leitura
O consumo de pornografia aumentou consideravelmente durante a pandemia de covid-19. Nos primeiros dias de lockdown em março de 2020, por exemplo, o número de visitas do Sexy Hot aumentou em 31% em comparação com as duas últimas semanas que antecederam o isolamento social.
Entretanto, essa indústria bilionária guarda um segredo tenebroso. Por trás da sensualidade exibida nas produções audiovisuais, os bastidores revelam um mundo repleto de opressão contra mulheres, excesso de cobrança por um corpo ideal e uma série de situações completamente desconfortáveis.
(Fonte: Pixabay)
Em setembro de 2020, uma série de denúncias chocou o mundo dos filmes adultos. O ator Ron Jeremy, um dos maiores astros dentro da indústria pornográfica, foi acusado formalmente de 20 casos de agressão sexual contra 12 mulheres e uma adolescente pela promotoria de Los Angeles (Estados Unidos). As vítimas teriam entre 15 e 54 anos e os crimes teriam sido cometidos de 2004 a 2019.
Ao que tudo indica, isso não é um comportamento anormal de quem convive no meio. Segundo os dados da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, no Brasil, o ranking de notificações registradas em plataformas online é liderado pelos sites pornô. Em 2019, foram 48.578 denúncias anônimas, das quais o material teve que ser removido em 9.738 das vezes.
Introduzidos em um mundo de fantasia, os consumidores possuem maior dificuldade de diferenciar o que é ou não uma agressão sexual. Em uma reportagem feita pelo portal R7, o psicólogo Yuri Busin falou um pouco mais sobre essa situação. "Dentro de um set existe todo um preparo para tudo aquilo. Aquilo é um filme, é uma produção mesmo. Aquilo não é essencialmente a realidade, embora tente transpor a realidade para as telinhas”, comentou.
(Fonte: Pixabay)
Um problema grave encontrado por trás das câmeras na indústria dos filmes eróticos é o excesso de cobrança para que os atores e atrizes tenham grande desempenho sexualmente. Em quanto os homens muitas vezes se sobrecarregam com remédios ou injeções para sustentar uma ereção, as mulheres são colocadas em uma posição de submissão.
Sobretudo quando o assunto é o cenário mais underground e amador da pornografia, algumas produtoras sequer exigem testes negativos de doenças sexualmente transmissíveis para que os atores participem das cenas. Em diversos casos, os homens tentam realizar a relação sexual sem o uso de preservativos.
""Não tem como ficar com tesão durante as gravações, pois é o tempo todo alguém gritando para você mudar de posição, colocar a língua aqui ou lá", afirmou a atriz Mel Fire para o podcast Sexoterapia.