
Ciência
07/09/2021 às 06:00•2 min de leitura
A gente abre o WhatsApp, dá uma olhada no Instagram, assiste a uns vídeos de animais fofos no YouTube… Quando se dá conta, horas se passaram e não fizemos nenhum pouco do trabalho que precisava ser feito. É a chamada “procrastinação” — que rende milhões de artigos e palestras com técnicas para vencê-la.
Mas o famoso escritor estadunidense Ernest Hemingway, tinha uma dica bem simples para lidar com esse problema: uma técnica chamada “interrupção útil”.
(Fonte: Greelane/Reprodução)
Hemingway ensinou essa técnica ao responder à pergunta de um jovem escritor, em um artigo da revista Esquire, em 1935.
O jovem queria saber quanto deveria escrever por dia, ao que o experiente autor respondeu: “A melhor maneira é sempre parar quando você estiver indo bem e quando souber o que acontecerá a seguir”, ou seja, a ideia é parar de trabalhar justamente quando estiver indo bem em uma tarefa. Assim, você terá motivação para retomá-la.
O conselho de Hemingway permaneceu quase esquecido por décadas, até que foi redescoberto pela ciência. Um pesquisador japonês estava conversando sobre isso com amigos, quando disse que se sentia mais motivado a continuar uma tarefa se tivesse parado quando estava indo bem. Um dos amigos lembrou do famoso escritor norte-americano e deixou o pesquisador com “uma pulga atrás da orelha”. Será que esse conselho tem algum fundamento científico?
Para testar o conselho de Hemingway na prática, o pesquisador Yoshinori Oyama convocou 260 estudantes da Universidade Chiba para realizar uma tarefa trabalhosa: copiar textos de jornal à mão.
Os pesquisadores perguntaram aos participantes como estava sua motivação, antes deles começarem o trabalho. Então, todos começaram, mas assim que as primeiras pessoas terminaram, Oyama mandou o resto das pessoas pararem. Depois, ele pediu que os estudantes contassem quantos caracteres faltavam para terminar e quão motivados eles se sentiam para terminar o trabalho.
De forma muito interessante, as pessoas que estavam perto de terminar, mas não terminaram se sentiam mais motivadas do que aquelas que ainda tinham muita coisa para fazer — e até mesmo do que aquelas que já tinham terminado.
(Fonte: Unsplash/Reprodução)
Em estudos posteriores, Oyama e sua equipe pediram para as pessoas escreverem suas memórias do jardim de infância ao ensino médio. Contudo, nessa pesquisa, houve uma diferença: um grupo recebeu ajuda para dividir o trabalho em etapas, enquanto o outro simplesmente começou a trabalhar.
Todos foram convidados a parar quando estavam perto de concluir a escrita e foram perguntados sobre sua motivação. De novo, quem estava mais perto de terminar estava mais motivado até do que quem terminou. A diferença, dessa vez, é que as pessoas que dividiram o trabalho em etapas estavam mais motivadas ainda — pois conseguiam avaliar melhor o quão pouco faltava para acabar.
De acordo com pesquisadores, o princípio por trás da interrupção útil está no otimismo: acreditamos que conseguiremos terminar a tarefa e ficamos ansiosos para ver tudo pronto, de uma vez. Até porque, como afirma a Gestalt, uma corrente da psicologia, o cérebro humano procura padrões — e uma tarefa pronta gera mais sossego do que uma inacabada, de modo que a sensação de estar perto nos estimula a continuar.
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