Estilo de vida
16/02/2022 às 06:30•2 min de leitura
Uma das bebidas mais clássicas da coquetelaria, o gim voltou à moda. Isso ocorreu pela explosão de novas marcas e diferentes receitas de gim no mercado, impulsionadas pela versatilidade do produto.
Mas a história de sua criação e a forma como é feito ainda não são de conhecimento geral. Quer saber mais dessa bebida que é base de muitos dos mais icônicos drinks da coquetelaria? Acompanhe.
(Fonte: Bar-Skills)
Nem Itália nem Inglaterra: a Holanda é a origem dessa bebida. Foi criada no século XVII pelo médico Franciscus de le Boë (1614-1672), que misturou zimbro e frutas locais a um destilado de cereais para servir como diurético. Porém, o "medicamento" caiu nas graças de quem não estava doente, pois era saboroso, barato e leve.
Durante a Guerra dos 30 Anos, soldados ingleses conheceram a bebida e a levaram para a Inglaterra, onde o destilado fez fama e história. Conhecido inicialmente como genever (zimbro, em holandês), seu nome vem da variante italiana para o nome da planta medicinal ginepro. A Toscana (Itália) é a principal região produtora do mundo.
(Fonte: Metrópoles)
Há quem considere o gim, antes de sua finalização, um álcool puro. Isso porque ele é feito da destilação de cereais como trigo, milho e cevada. Parte dos sabores que sentimos na bebida vem dos ingredientes utilizados, que são inseridos por meio de um processo de redestilação, em que se adiciona água e os demais elementos, chamados de "botânicos". Podem ser ervas, sementes, flores, plantas ou qualquer outro tipo de especiaria. O líquido é colocado até que o nível de álcool e o equilíbrio de sabores cheguem ao desejado.
Para ser considerado gim, o sabor predominante deve ser de zimbro, uma planta medicinal da espécie Juniperus communis, também conhecida como cedro, que produz frutos redondos, azulados ou negros, chamados de bagas de zimbro. É uma planta cujos frutos são ricos em óleos, flavonoides e vitamina C.
(Fonte: Nelson's Distillery)
As definições globais para que a bebida possa ser considerada gim são rigorosas. Entre as regras, a bebida deve conter ao menos 37,5% de álcool puro no volume total de líquido — o famoso "ABV".
Há debates na indústria de bebidas sobre a definição legal do gim. Tradicionalistas defendem o método rígido de controle, já os "inovadores" da indústria pedem o relaxamento das exigências, acreditando que as bebidas devem seguir uma evolução natural.
Novas marcas têm surgido com um formato mais inovador, e são essas as que levantam os questionamentos. Gim aromatizado, licor de gim e gim de abrunho não se enquadram em qualquer categoria.
(Fonte: Craft Gin Club)
O mais sofisticado, um gim London Dry não é, necessariamente, produzido em Londres (Inglaterra). O termo se refere a um aspecto do processo de destilação, que precisa atender à definição legal para ser enquadrado nessa categoria. O que diferencia um London Dry é que os botânicos que compõem seu aroma e seu sabor são inseridos durante a destilação e devem ser naturais.
Mais doce que o anterior e com sabor de zimbro menos proeminente, um gim Plymouth dá ênfase ao uso de raiz de alcaçuz e raiz de lírio. O Plymouth do nome é porque a receita desse tipo de gim foi criada na cidade inglesa de Plymouth. Atualmente, apenas uma destilaria o produz.
Gênero mais doce de gim, Old Tom é uma receita dos tempos em que os processos de purificação dos destilados ainda engatinhavam. Como tinha menor qualidade se comparado aos demais, os produtores adicionavam muito açúcar ou mel para disfarçar imperfeições. O estilo "renasceu" recentemente pelas mãos de bartenders encantados pelo sabor doce que ele agrega aos drinks clássicos.