Artes/cultura
21/08/2022 às 13:00•3 min de leitura
Em 1992, um sujeito chamado Gary Chapman, que trabalhava como conselheiro matrimonial, criou uma tese sobre o amor. Segundo ele, todos nós demonstraríamos nosso afeto ao outro a partir de cinco linguagens diferentes, e muitos dos conflitos entre os casais ocorria por eles falarem "línguas" diferentes.
Em 1992, Chapman escreveu um livro defendendo essa ideia e vendeu mais de 12 milhões de cópias no mundo todo. Hoje, sua tese pode parecer batida para muita gente, mas o fato é que alguns analistas estão aplicando a teoria das 5 linguagens para outra esfera: a do trabalho.
Como assim? Linguagens de amor no trabalho? Basicamente, o que se pensa aqui é no estilo com que cada um de nós trabalha e se sente satisfeito com nossas funções. Vejamos aqui como isso acontece — e descubra qual dessas linguagens é a sua.
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Gary Chapman identificou no seu livro que muitos apaixonados projetam seu amor dizendo coisas positivas ao parceiro. Ou seja, eles verbalizam seus sentimentos positivos. No ambiente de trabalho, isso também se repete.
Jill Cotton, que atua como especialista em tendências de carreira na recrutadora Glassdoor, explica que muitas pessoas se sentirão mais satisfeitas no trabalho quando receberem retornos verbais.
Isso não quer dizer que esses trabalhadores querem elogios vazios ou que alguém puxe seu saco. "Declarações vagas não funcionam – em vez disso, você quer ouvir pelo que está sendo elogiado, ter as habilidades que você usou reconhecidas e entender o impacto que isso causou na empresa", comenta.
Isso pode ser desafiador para alguns gerentes, que muitas vezes não se lembram de dar feedbacks aos seus funcionários. Cotton diz que este retorno não precisa ser necessariamente presencial: pode ser feito em um e-mail mais longo, ou em alguma recompensa por um bom trabalho.
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As pessoas que valorizam esta linguagem do amor se sentem muito recompensadas quando ganham alguma coisa da empresa: um café da manhã no escritório, uma rodada de bebida depois do expediente, um brinde em alguma data especial.
Se esse é o seu caso, busque empresas que priorizem estas vantagens, o que pode ser esclarecido logo numa entrevista ou numa conversa com colegas. Vale a pena lembrar: é preciso apenas se atentar para que pequenas regalias não sejam o substituto de um salário justo.
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As pessoas que valorizam tempo de qualidade dependem muito das interações físicas, como a interação no escritório e as reuniões. Só assim elas se sentem realmente ligadas ao que estão fazendo.
Os trabalhadores que usam essa linguagem provavelmente sofreram mais com o home office durante a pandemia. Eles também odeiam ser apressados e gostam que o chefe tire tempo para conversar sobre suas ideias.
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Há pessoas para quem a frase "atos valem mais do que palavras" é muito significativa. Estes funcionários preferem ver atitudes nos chefes do que ouvir elogios: seja diminuir uma carga de trabalho excessivamente estafante, receber responsabilidades por conta da confiança ou notar que o chefe está se esforçando para criar um bom ambiente na empresa.
Jill Cotton explica que as ações têm cada vez sido mais valorizadas. “Com as menções negativas de burnout nas avaliações de funcionários subindo 48% no ano passado no Glassdoor, não é surpresa que os funcionários estejam procurando por ação em vez de palavras de seu gerente”, comenta.
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Gary Chapman, no seu livro, fala do toque físico como uma das linguagens do amor, mas é claro que ela é completamente inadequada no ambiente do trabalho. Por isso, vale aqui substituir por algo bem específico e fácil de entender: dinheiro.
Quem fala essa linguagem tem o salário como a melhor recompensa. Aumentos salariais, ofertas de emprego para cargos mais altos e bônus no fim do ano: estes são os fatores que deixam esses trabalhadores mais satisfeitos que tudo. São pessoas que não conseguem ser felizes no trabalho de jeito nenhum caso considerem que estejam sendo mal remunerados.