Estilo de vida
24/09/2022 às 06:00•3 min de leitura
Talvez toda a discussão da filosofia ao longo do tempo pudesse ser resumida em algumas perguntinhas simples e enigmáticas: qual o sentido da vida? O que é preciso para nos sentirmos felizes?
Vários filósofos se debruçaram sobre estes questionamentos. Para Sêneca, por exemplo, felicidade significava “viver de acordo com a natureza”. Ele escreveu sobre o tema em um ensaio chamado Sobre a vida feliz, em que discorre sobre algumas lições que considera importantes para quem quer atingir algum tipo de paz de espírito. Neste texto, trazemos algumas de suas ideias, que podem ser importantes para nós até hoje!
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Aqui, Sêneca não sugere que a gente ria com a morte ou chore com o humor, mas está nos sugerindo a gerenciar nossos extremos emocionais para que eles não nos controlem.
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Sêneca coloca aqui uma constatação importante e que só foi confirmada nos séculos seguintes: uma boa vida é a que equivale os esforços físicos e os esforços intelectuais. Os idosos só conseguem envelhecer bem à medida que exercitam o cérebro (aprendem coisas novas, leem, se desafiam, etc.) e exercitam o corpo. Ler e caminhar são duas atividades simples que podem ser revolucionárias.
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Aqui, Sêneca não fala exclusivamente de dinheiro ou poder. Ele sugere que, se as riquezas estiverem em outro lugar, não deixe que isso o assombre; se estiverem ao redor, então que não nos torne mais excitados do que deveríamos ser.
Sua lição é sobre o apego: tanto à riqueza quanto à falta dela. Hoje já sabemos que o materialismo em excesso causa depressão, inclusive.
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Dentro do tema do apego, Sêneca aponta que a miséria não vem apenas de se agarrar às coisas, mas de se segurar com muita força ao que se tem. Fala-se aqui sobre a ideia de que a solidariedade é a chave de uma boa vida: todos somos irmãos e irmãs, e assim, dividir deve ser um princípio de vida.
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Nesta lição, Sêneca nos fala sobre o poder da caridade e o quanto ela é um presente para o doador, antes de ser para quem recebe. Servir aos outros é um dos caminhos para encontrar a felicidade – e a ciência já comprovou que a caridade e o voluntariado aumentam o bem-estar.
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Em tempos de hipervisibilidade nas redes sociais, esta é uma lição importantíssima. Ela sugere, primeiramente, que devemos resistir à comparação social. Em segundo, precisamos agir na vida privada da mesma forma que na vida pública.
Fazer o bem visando a aprovação alheia, por exemplo, é entregar-se à hipocrisia e afastar-nos de nossa integridade.
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Sêneca aqui nos aponta que o caminho para uma boa morte é considerar o bem que fizemos ou podemos ainda fazer aos outros. Alguns estudos já mostraram que pessoas que estavam morrendo de câncer tiveram um fim mais pacífico quando viram sua doença como uma oportunidade de dar aos outros - por exemplo, incentivando os amigos, ensinando lições aos netos ou participando de estudos clínicos que poderiam vir a beneficiar mais pessoas.
Provavelmente por isso, a morte de Sêneca pintada por Peter Paul Rubens mostrou o filósofo (que foi forçado a cometer suicídio) morrendo em pé, com ar pacífico.