Artes/cultura
07/12/2022 às 06:30•2 min de leitura
Durante os anos 1990, a Pepsi travava uma verdadeira guerra pelo mercado de refrigerantes contra a Coca-Cola. Pensando em atrair mais consumidores jovens, a empresa lançou uma campanha de marketing que oferecia prêmios em troca de pontos ganhos na compra da bebida. O que ninguém esperava era que um consumidor levasse uma piada do comercial de TV tão a sério.
O comercial de TV que gerou toda a polêmica começa com um adolescente vindo em direção à câmera trajando uma camiseta da Pepsi, em seguida aparece na legenda quantos pontos eram necessários para conquistá-la: 75 Pepsi Points. Enquanto o adolescente segue o seu caminho, outros produtos são mostrados. A Jaqueta que ele usa custava 1.450 pontos e os óculos 175 pontos. No final do vídeo, ele chega na escola à bordo de um caça Harrier e a legenda informa que o jato custava 7 milhões de pontos.
A ideia, evidentemente, era fazer com as pessoas comprassem mais refrigerantes da marca para juntar pontos e trocar pelos brindes. As regras para isso eram simples: 1 copo de Pepsi valia 1 ponto, uma garrafa de 2 litros valia 2 pontos, um pacote com 12 latas valia 5 pontos e os clientes também poderiam comprar pontos por 10 centavos cada um. Essa última regra foi o suficiente para que um jovem estudante de negócios chamado John Leonard criasse um plano para “comprar” uma aeronave militar por 1/5 do seu valor de mercado.
John Leonard estava determinado a ganhar o avião. (Fonte: Mental Floss)
Leonard assistiu ao comercial e quando ele viu que no final do vídeo a Pepsi dava a entender que os consumidores poderiam ganhar um jato Harrier com valor estimado em US$ 33 milhões, ele começou a arquitetar um plano.
O estudante era consumidor de Pepsi, mas para ganhar os 7 milhões de pontos que a propaganda pedia pelo jato, ele precisaria tomar 46 mil latas da bebida por dia durante 1 ano e gastar um total de US$ 4 milhões. Porém, como havia a possibilidade de comprar pontos diretamente por apenas 10 centavos cada um, o valor necessário para conquistar o jato caía para US$ 700 mil.
Tudo que ele precisava, então, era encontrar investidores dispostos a embarcar nessa ideia com ele. E foi o que ele conseguiu. Em 28 de março de 1996, ele enviou para o endereço da promoção um envelope com 15 pontos e US$ 700.008,50, além de uma carta que solicitava gentilmente a entrega do jato no seu endereço.
Não demorou muito para que a Pepsi respondesse dizendo que a propaganda era só uma brincadeira e devolvesse o cheque de Leonard.
Jato Harrier nem mesmo era vendido para civis. (Fonte: Mental Floss)
Apesar da resposta negativa, o estudante não desistiu. Ele resolveu entrar na justiça para exigir que a marca lhe entregasse o jato. O caso logo foi arquivado, mas a notícia ganhou a mídia e a Pepsi resolveu revidar pedindo que Leonard pagasse as custas do processo no valor de mais de US$ 88 mil.
Esse segundo embate demorou 3 anos para chegar ao fim, mas a conclusão do juiz foi de que a campanha era apenas uma brincadeira e a empresa não devia nada a Leonard. O estudante saiu perdendo e a Pepsi ainda teve uma das campanhas mais bem sucedidas da sua história graças a toda mídia que o caso ganhou.