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03/05/2023 às 10:00•3 min de leitura
Os casamentos reais têm ares de contos de fada: um príncipe e uma princesa que se amam e decidem celebrar essa reunião com toda a pompa da realeza. Um grande "felizes para sempre".
Mas nem toda união é feliz como a da Kate e William, acompanhada por milhões de pessoas em todo o mundo, em abril de 2011. Temos exemplos como o pai de William, o Rei Charles III, que se separou de Lady Di em 1992, em outro caso muito explorado pela mídia internacional.
Além disso, há casos bem piores que o de Charles e Diana — que, em última instância, foi "só" um casamento sem amor, como tantos outros. Ao longo da história, existiram casamentos reais que, literalmente, foram marcados por tragédias e desastres.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O século XVI foi marcado pela Reforma Protestante e, na França, a tensão entre os católicos e os protestantes huguenotes era grande. Quando a rainha católica Catarina de Médici negociou o casamento de sua filha mais nova, Margarida, com o Rei Henrique de Navarra, protestante, a mãe do noivo propôs uma única condição — que ele pudesse continuar protestante.
Catarina aceitou e uma delegação com milhares de protestantes foi a Paris para acompanhar o casamento. Durante as celebrações, um almirante huguenote foi atacado e Catarina prometeu encontrar o culpado. Mas o que ela e seu filho — o Rei Charles IX, irmão da noiva — fizeram foi orquestrar um massacre contra os protestantes em Paris.
Estima-se que entre 5 e 30 mil pessoas morreram nos meses seguintes ao casamento, já que o clima de guerra se alastrou pela França. Anos depois, Henrique de Navarra iria se converter ao catolicismo para ascender ao trono francês, no lugar de seu cunhado.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Em se tratando da realeza, é mais comum encontrar casamentos sem amor do que casais que se amam. Com Eduardo e Isabella, não foi diferente.
A grande diferença é que Eduardo era supostamente apaixonado por um de seus cavaleiros, Piers Gaveston. Ainda existe debate se o que existia entre os dois eram um romance ou amizade, mas é certo que a relação causou muita tensão no reinado de Eduardo II (de 1307 a 1327).
Logo depois do casamento com Isabella, nobres ingleses convenceram Eduardo a enviar seu amado para o exílio. Quando Piers voltou, os nobres o obrigaram a aprovar reformas que, em resumo, diminuíram seus poderes como rei. Algum tempo depois, Piers foi morto e Eduardo II entrou numa guerra contra esses nobres.
Anos se passaram, entre idas e vindas, até que Eduardo pediu para Isabella negociar a paz. Só que ela se voltou contra o marido, invadiu a Inglaterra com um pequeno exército e obrigou que o esposo renunciasse ao trono. Quem assumiu foi o filho do casal, Eduardo III.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Esse monarca inglês é conhecido por seus seis casamentos que, frequentemente, acabavam em desastre. Depois de Catarina de Aragão, Ana Bolena e Jane Seymour, o rei negociou seu casamento com a nobre germânica Ana de Cleves. Tudo foi acertado com base em retratos e cartas, antes mesmo de Ana ir para a Inglaterra.
Quando chegou, em 1540, Henrique teria ficado enojado com a aparência de Ana e tentado desistir do acordo. Ainda assim, ele se casou, mas nunca consumou a união — o que tornou a anulação possível. No mesmo ano, o rei se casou com outra Catarina, com quem já estava se relacionando.
No fim das contas, o arranjo foi bom para Ana, que ganhou muitas terras e se manteve amiga do Rei Henrique. Ele ainda iria condenar sua quinta esposa à morte e se casar uma sexta vez. Ana foi a última das esposas a morrer — depois dele, inclusive.
(Fonte: Wikimedia Commons)
George tinha uma amante com quem havia se casado de forma ilegítima, quando uma união com a nobre Caroline de Brunswick foi proposta. No dia das bodas, em 1795, George nem se aguentava em pé, de tão bêbado — e o casamento real com Caroline nunca foi feliz.
Eles chegaram a ter uma filha, Charlotte, mas passaram a viver separados logo depois que a menina nasceu. Rumores de que Caroline tinha amantes fizeram George proibir a esposa de ver a própria filha, até que a garota morreu dando à luz a um menino. Em 1820, quando George foi finalmente coroado, ele tentou excluir Caroline de todo jeito, mas ela voltou à Inglaterra e acabou caindo nas graças dos súditos.
As tentativas de separação diminuíram o prestígio do rei, que já não era dos melhores. Ela faleceu em 1821, ainda brigada com o marido, e ele reinou até 1830 — sendo sucedido por William, seu irmão mais novo.