Artes/cultura
20/09/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 20/09/2024 às 12:00
Para boa parte das pessoas, ser traído pelo parceiro ou parceira dentro de um relacionamento é uma experiência um tanto traumática. Muita gente sente tanto sofrimento que chega a relatar a presença de uma dor física.
Mas agora um novo estudo sugere que essa dor pode ir além do emocional. Ser vítima da infidelidade pode fazer com que você corra mais riscos de desenvolver problemas crônicos de saúde.
Uma nova pesquisa afirma que as pessoas que vivenciaram a infidelidade correm mais risco de desenvolver problemas crônicos de saúde, que podem permanecer mesmo quando já estão em um relacionamento novo e positivo.
Um estudo conduzido pelos pesquisadores Eunicia Hoy e Vincent Oh, da Universidade de Ciências Sociais de Cingapura, buscou investigar os efeitos a longo prazo da infidelidade na saúde. Eles analisaram dados de 2.579 adultos americanos retirados do estudo Midlife Development in the United States (MIDUS). A maior parte dos participantes era composta por pessoas cisgênero e heterossexuais.
No questionário, os participantes eram perguntados se seus parceiros já haviam os traído. Em seguida, eles relatavam questões de saúde a longo prazo, como enxaqueca crônica, distúrbios do sono e problemas pulmonares. Em outro ramo da pesquisa, coletou-se dados demográficos e informações sobre as redes de apoio familiar e de amigos destas pessoas.
Ao analisar os resultados, os pesquisadores descobriram que as pessoas que sofreram infidelidade do parceiro estavam mais propensas a relatar problemas crônicos de saúde do que aquelas que não passaram por isso.
“A boa notícia é que os tamanhos de efeito entre infidelidade e saúde crônica estavam na faixa 'pequena'. Esses tamanhos de efeito ainda sugerem o potencial para danos duradouros com implicações práticas, mas, no mínimo, os efeitos não são extremamente grandes”, afirmou Vincent Oh em entrevista ao PsyPost.
Talvez o fato mais surpreendente constatado pela pesquisa é que ter uma rede forte de familiares e amigos não pareceu atenuar significativamente o sofrimento dos traídos. "Esperávamos descobrir que, talvez, outras fontes de apoio social reduziriam ao menos as associações crônicas de saúde de ser traído. Infelizmente, esse não foi o caso com base em nossas descobertas", complementou Oh.
O estudo ainda sustenta a hipótese de que o sofrimento emocional que a infidelidade causa pode ter um efeito cascata na saúde física das pessoas. Outras evidências levantadas no estudo sugerem que pessoas casadas podem ter menos chance de desenvolver demência.
Contudo, houve uma limitação no estudo: os participantes foram questionados apenas se já haviam sido traídos, sem fornecer nenhum outro detalhe sobre as circunstâncias. Ainda assim, a pesquisa traz uma base interessante para entender como a infidelidade pode ser impactante de várias maneiras na vida de alguém.