Estilo de vida
18/04/2022 às 09:00•2 min de leitura
A cólica menstrual é um desconforto aparentemente comum às mulheres. Não é raro ver relatos sobre o tema na web, em conversas com mulheres próximas e na publicidade, que tenta vender medicamentos para tratar esse problema. Contudo, a cólica também pode ser um sintoma de uma doença chamada “endometriose” — e é importante que as brasileiras se atentem a isso.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cerca de 10% das brasileiras sofrem com a endometriose. A doença é mais comum entre mulheres com idades entre 25 e 35 anos.
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Antes de falarmos da endometriose, precisamos entender o que é o endométrio: trata-se de uma mucosa que reveste a parte interna do útero. Quando não há fertilização do óvulo, boa parte do endométrio é eliminada do corpo durante a menstruação. A parte restante dá origem a um novo revestimento que será eliminado no ciclo seguinte, se não houver gravidez, e assim por diante.
A endometriose ocorre quando células do endométrio não são devidamente expelidas pelo corpo, fazendo o caminho contrário, retornando aos ovários ou caindo na cavidade abdominal. Essas células começam a se multiplicar, causando sangramento.
Podemos dividir a endometriose em três categorias: superficial, ovariana e profunda.
Cria lesões que podem se estender da parede abdominal ao diafragma, atingindo órgãos como a bexiga e o intestino. Pode ser diagnosticada por exames clínicos e exames de imagem, como a ultrassonografia e a videolaparoscopia.
Causa cistos na região externa do ovário. Pode ser diagnosticada por meio de exames de imagem. O tratamento pode exigir cirurgia para remoção do tecido endometrial presente nos ovários.
Caracterizada por dores intensas, a endometriose profunda pode atingir uma série de órgãos, como bexiga, apêndice e, em alguns casos, até os pulmões. É possível diagnosticá-la por meio de exame ginecológico e exames de imagem.
As chances de óbito por causa da endometriose são consideradas improváveis. Contudo, se a paciente negligenciar a doença terá que conviver com o desconforto que ela gera. A endometriose também está associada à dificuldade para engravidar, mas esse problema costuma ser revertido pelo tratamento da doença.
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O tratamento clínico pode usar pílulas anticoncepcionais e progesterona, já que tem como objetivo impedir a menstruação. É por isso que a menopausa pode contribuir com uma melhora para mulheres que sofrem com essa doença. No caso de surgirem cistos, o tratamento cirúrgico pode ser indicado. A especialidade médica recomendada para atender mulheres com suspeita de endometriose é a Ginecologia.
O principal sintoma é a dor, por isso, atente-se a elas, pois nem sempre são meras cólicas. A dor durante o sexo e o sangramento intestinal e urinário durante a menstruação também podem ser sintomas. A dificuldade para engravidar também pode ser um sinal da doença.