Ciência
21/04/2022 às 02:00•1 min de leitura
Um estudo divulgado pelo Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo revelou que o consumo excessivo de pipoca de micro-ondas pode ter relação com o desenvolvimento de Alzheimer.
De acordo com o levantamento da universidade, o tipo de pipoca em questão apresenta diacetil, responsável por dar ao alimento aroma e gosto amanteigado. Os testes foram feitos em ratos de laboratório que consumiram o composto em questão por 90 dias seguidos, e após esse prazo os cientistas identificaram a presença de moléculas ligadas à doença, além de indicadores que podem ter associação com o surgimento de câncer.
“Observamos que realmente existe a tendência do diacetil causar danos ao cérebro. De 48 proteínas cerebrais que avaliamos após a exposição dos animais ao produto, 46 sofreram algum tipo de desregulação ou modificação em sua estrutura por conta do consumo prolongado do composto", explicou o doutorando Lucas Ximenes, autor da pesquisa.
"Nós identificamos o aumento da concentração de proteínas beta-amiloides, que são normalmente encontradas em pacientes com Alzheimer. Além disso, outras alterações verificadas no cérebro dos ratos podem estar relacionadas ao surgimento de demência e câncer”, continuou o estudioso.
O diacetil presente na pipoca de micro-ondas não é nocivo apenas para quem consome o produto, mas também para aqueles que trabalham em sua produção. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Outro ponto importante do estudo é o fato de que o diacetil não afeta apenas quem consome a pipoca de micro-ondas, mas também aqueles que trabalham em sua produção. No caso, o contato do consumidor com o produto é muito menor do que o daqueles que trabalham com o composto e acabam inalando grandes quantidades diariamente.
Vale ressaltar que o diacetil não é encontrado apenas na pipoca de micro-ondas. Ainda que em quantidades melhores, também vemos esse produto na composição de cafés, cervejas, chocolates, leites e iogurtes, apenas para citar alguns exemplos.