Ciência
10/08/2022 às 10:00•2 min de leitura
O Dia Internacional da Superdotação é comemorado neste dia 10 de agosto de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Por fazer parte de 4 sociedades de alto QI, entre elas a International High IQ, Mensa International, Intertel e Triple Nine Society, esta última a mais restrita do mundo onde seus membros têm 99,9 de percentil, tenho um contato real com essa condição, além de mais de 50 estudos publicados sobre o tema. Por também ser assessor e consultor de pessoas com alto QI, resolvi esclarecer vários mitos e pontuar verdades sobre a superdotação.
Mito. Na realidade, a maioria não é. O que acontece é que, como é comum que pessoas autistas façam testes de QI, sempre vão surgir mais entre eles.
Mito. Se a pessoa não gostar de matemática, ela não vai ser boa em matemática. Se ela não gostar de jogo, por exemplo, ela não vai ser bom no xadrez. Mas, obviamente, se a pessoa praticar vai ter uma facilidade maior.
As crianças talentosas adoram aprender. O problema é que, às vezes, o que as crianças querem aprender e o que a escola está oferecendo podem ser duas coisas muito diferentes. Se uma criança não estiver disposta a jogar o jogo da escola, as notas podem não refletir sua habilidade.
Mito. A superdotação não é doença, muito pelo contrário, está relacionada à evolução da espécie. Para praticamente todas as doenças psiquiátricas, a inteligência é um fator protetivo. Pessoas mais inteligentes e mais bem educadas sofrem menos desses transtornos e, quando sofrem, o prognóstico é melhor.
Verdade. O Brasil é um país que não tem muito amparo para crianças superdotadas. O país deveria "enxergar" melhor esses talentos e investir neles. Uma criança superdotada, por exemplo, precisa estar em séries mais avançadas e o processo de educação é individual e direcionado. A maioria das escolas não quer ou não consegue ter esse trabalho.
Verdade. Aqueles que ensinaram crianças superdotadas por algum tempo reconhecem que alguns de seus alunos podem ter certas peculiaridades. Essas peculiaridades variam desde falta de consciência social, tendência ao perfeccionismo e ficar estressado com coisas aparentemente pequenas, por exemplo.
Durante minha carreira, assessorei e consultei de mais de 30 famílias de crianças superdotadas, entre elas nomes como Laura Büchele, Caio Temponi, Gustavo Saldanha, Theo Ribeiro, Nicolle de Paula, Elio Henrique Dalferth, entre muitos outros. Fica mais fácil ajudar alguém quando se tem a mesma condição que ela.
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Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é PhD em Neurociências; mestre em Psicologia; Pós Graduado em neuropsicologia, entre outras pós graduações; licenciado em Biologia e em História, tecnólogo em antropologia, jornalista, especializado em programação Python, Inteligência Artificial e tem formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; membro ativo da Redilat; chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, cientista no Hospital Martin Dockweiler, professor e investigador cientista na Universidad Santander.