Estilo de vida
01/11/2022 às 12:00•2 min de leitura
Atualmente, trazer alguém de volta à vida só é possível em filmes e séries de ficção. Porém, a Alcor Life Extension Foundation acredita que no futuro essa prática será realidade. A clínica, que fica no estado do Arizona, nos Estados Unidos, fundada em 1972, mantém criopreservados os corpos de 200 pessoas e cerca de 100 animais de estimação.
Tais “pacientes” são mantidos em tanques cilíndricos cheios de nitrogênio líquido e a temperaturas abaixo de zero. Para a instituição, a tecnologia médica do futuro possibilitará restaurar a saúde de pessoas que faleceram em decorrência de doenças para as quais ainda não temos cura, como câncer e esclerose lateral amiotrófica, dentre outras.
O processo de criopreservação começa assim que a pessoa é declarada morta. Segundo a Alcor, ainda que a pessoa seja declarada legalmente morta, ela está no início do processo de morte, com células e órgão ainda passíveis de uso. Até 2 horas após a morte, a circulação sanguínea e a respiração são mantidas artificialmente para proteger o cérebro. Durante essa etapa, o paciente é resfriado e seu sangue é substituído por uma solução para preservar os órgãos.
Até 24 horas depois, o paciente recebe em sua corrente sanguínea crioprotetores para evitar que o congelamento danifique seus órgãos. Entre 5 a 7 dia depois da morte, o paciente é resfriado a -196 °C, assim, segundo a instituição, o processo de morte foi interrompido e o corpo pode ficar armazenado em um tanque com nitrogênio líquido por décadas.
Segundo a Reuters, o custo mínimo cobrado pela instituição é de US$ 200 mil para armazenar um corpo inteiro e de US$ 80 mil para manter apenas o cérebro. Ainda de acordo com a Reuters, em geral, os clientes da Alcor pagam seus serviços nomeando a empresa como beneficiária de apólices de seguro de vida.
Apesar das cifras recebidas por clínicas como a Alcor, a criogenia ainda não tem respaldo científico. (Fonte: Shutterstock)
De acordo com o site da Alcor, em 2004, a instituição publicou um artigo científico na revista dos Anais da Acadêmia de Ciência de Nova York demostrando que a preservação de um cérebro de um mamífero foi possível utilizando uma solução de vitrificação desenvolvida pela empresa. Outra pesquisa, dessa vez publicada em livro editado pela própria empresa, aponta que nematóides – uma espécie de verme – vitrificados e revividos pela empresa mantinham suas memórias de longo prazo.
Apesar das pesquisas, a criogenia, no entanto, não tem respaldo científico. Em entrevista para a Reuters, o médico Arthur Caplan, que dirige a divisão de ética médica da Universidade de Nova York, afirmou que a noção de congelar corpos e revivê-los posteriormente é ingênua e só anima as pessoas que tem interesse em vender esse tipo de serviço. Outro crítico dos métodos da criogenia é o professor e neurocientista Clive Coen, da Universidade King’s College de Londres, para quem a crença na criogenia revela uma ignorância terrível da biologia.