Artes/cultura
28/03/2023 às 02:00•2 min de leitura
A síndrome de burnout, também chamada de síndrome do esgotamento profissional, tem ganhado maior destaque nos últimos anos. Segundo o ISMA-BR (International Stress Management Association), o Brasil ocupou a segunda posição nos casos de burnout no ranking mundial em 2021, ficando atrás apenas do Japão. A organização também apontou que 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com essa condição, conhecida por provocar exaustão física e mental.
Seus sintomas podem se manifestar de diferentes formas, seja com desânimo, estresse e problemas gastrointestinais; seja com o desenvolvimento de outras patologias, como a enxaqueca, e mesmo em mudanças de humor mais pronunciadas antes que evolua para um quadro mais incapacitante e que force o afastamento do trabalho.
Insônia, pressão alta, fadiga e problemas gastrointestinais também são sintomas da síndrome de burnout. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
E se nos últimos anos ficou mais evidente o quanto o burnout afetou a vida de várias pessoas, hoje já tem sido possível perceber que a sua incidência não diminuiu na população.
Uma pesquisa realizada pelo Future Forum com 10.243 trabalhadores de diversos países aponta que 42% dos profissionais relatam a sensação de esgotamento, sendo um valor acima do registrado durante a pandemia de covid-19.
O cenário de instabilidade econômica e de retorno aos escritórios (após a adoção do home office em larga escala) também tem agravado esse cenário.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
O relatório ainda aponta o quanto a falta de flexibilidade nos modelos de trabalho influencia nos casos de burnout, visto que dentre os profissionais insatisfeitos com o atual regime, 53% se sentem esgotados. Dentre os satisfeitos, o valor foi menor, de 37%.
Além das jornadas de trabalho prolongadas serem associadas à redução na produtividade e ao aumento no número de afastamentos, um ambiente de trabalho tóxico e que não oferece equilíbrio entre trabalho e vida pessoal pesa bastante.
Em meio a essa dificuldade para encontrar o equilíbrio, a falta de atenção aos sinais de alerta contribui com a piora dos sintomas, e mais do que isso, faz com que pessoas convivam com essa condição incapacitante por um período prolongado.
Nos casos mais incapacitantes, nem mesmo alguns dias de descanso serão o suficiente para atenuar os efeitos do Burnout. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
A insistência em atacar as consequências com a automedicação voltada para aliviar os sintomas, como dor de cabeça, é um dos agravantes. O abandono do tratamento proposto também dificulta a recuperação, já que os efeitos do burnout nem sempre podem ser atenuados com um período de férias.
Se por um lado há um cenário tão caótico que corrobora para o surgimento de uma série de doenças e condições incapacitantes; por outro, é necessário que as empresas atuem de forma mais eficiente para impedir o surgimento de doenças.
E para quem trabalha é fundamental desenvolver um olhar mais crítico para não subestimar os malefícios de uma rotina atribulada e buscar ter mais equilíbrio a longo prazo. Isso não é fácil, pois demanda planejamento e muito esforço. Afinal, o momento em que esses cuidados se iniciam é determinante para recuperar a energia e a saúde mental, atenuando os danos sofridos com maior facilidade.