Cientistas criam anticorpos que reduzem taxa de rejeição de transplantes

01/09/2023 às 08:002 min de leitura

A cirurgia de transplante de órgãos é uma prática comum em diversas partes do mundo, ganhando inclusive mais destaque nacional após o caso do apresentador Fausto Silva (o Faustão). Apesar de bastante praticado, esse é um procedimento em que não há 100% de garantia de tudo dar certo, considerando que o corpo ainda pode rejeitar o novo órgão.

Entretanto, uma descoberta feita por pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, pode mudar esse cenário e ditar um novo rumo nos procedimentos de transplantes de órgãos.

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Usando anticorpos para diminuir problemas

Em um artigo publicado na revista Science Translational Medicine, os cientistas confirmaram que conseguiram produzir um novo anticorpo sintético para diminuir o risco de rejeição de um novo órgão. O medicamento inclusive já foi testado em animais e se mostrou eficaz e seguro.

"Os medicamentos atuais para prevenir a rejeição de órgãos são bons em geral, mas têm muitos efeitos colaterais", comentou Imran J. Anwar, um dos autores do estudo.

O pesquisador disse ainda que essa é uma das motivações para que os cientistas continuem buscando um medicamento que cause menos problemas para os pacientes transplantados, já que muitas opções disponíveis atualmente afetam o sistema imunológicos e os medicamentos imunossupressores também podem aumentar diabete e hipertensão.

Cientistas indicam que resultados do uso do anticorpo se mostraram eficazes em testes feitos com macacos. (Fonte: GettyImages)Cientistas indicam que resultados do uso do anticorpo se mostraram eficazes em testes feitos com macacos. (Fonte: GettyImages)

Conhecendo o AT-1501

Partindo desse princípio, os cientistas passaram a pesquisar os efeitos do anticorpo monoclonal AT-1501 em testes de transplantes de rins e células pancreáticas em macacos, sendo que os transplantes renais foram os que mostraram melhores resultados. 

Vale ressaltar que, após esse procedimento, as cobaias não tiveram sinal de rejeição ou precisaram de imunossupressores. No caso das células pancreáticas, o anticorpo não reduziu totalmente a chance de rejeição, mas esse cenário mudou depois que a medicação foi utilizada em conjunto com alguns agentes imunossupressores, reduzindo significativamente o risco de infecções e perda de peso dos macacos usados na pesquisa. 

"Esses dados apontam o [anticorpo] AT-1501 como um agente seguro e eficaz para promover a sobrevivência após os transplantes de células de ilhotas pancreáticas e der rins, e nos permitem avançar imediatamente para os ensaios clínicos", explicou Allan Kirk, professor da Universidade de Duke.

Com esses resultados, o time espera em breve iniciar os primeiros testes em humanos, algo que ainda não possui uma data definida para acontecer.

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