Casos de câncer podem aumentar 77% até 2050, alerta OMS

09/02/2024 às 02:002 min de leitura

No ano passado, o Instituto Nacional de Câncer fez uma projeção de que 79 mil casos da doença poderiam surgir no Brasil apenas em 2023. Esse número já era alarmante, mas um novo dado divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) indica outro cenário preocupante: mais de 35 milhões de casos em todo o globo até 2050.

Segundo a OMS, o total de ocorrências nos próximos 26 anos deve ser de 35,3 milhões de novos casos de câncer. Isso representaria um aumento de 77% se comparados aos 20 milhões estimados até o final de 2022.

Número de pessoas com câncer pode ultrapassar 35 milhões até 2050. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Número de pessoas com câncer pode ultrapassar 35 milhões até 2050. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Fatores de risco e desenvolvimento

A Organização Mundial da Saúde alerta para alguns fatores que podem influenciar nesse aumento de casos de câncer. Além do envelhecimento e crescimento da população, interferências como álcool, fumo e obesidade pesam negativamente nessa balança.

"O tabaco, o álcool e a obesidade são fatores-chave por trás do aumento da incidência da doença, sendo a poluição atmosférica também uma chave dos fatores de risco ambiental", ressaltou a OMS em nota.

"O rápido crescimento da carga global do câncer reflete tanto o envelhecimento e o crescimento da população, como as alterações na exposição das pessoas a fatores de risco, vários dos quais estão associados ao desenvolvimento socioeconômico", explica a agência.

Fumo ainda é destacado como um dos fatores que aumentam os casos de câncer. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Fumo ainda é destacado como um dos fatores que aumentam os casos de câncer. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Interferência do IDH

Falando especificamente do desenvolvimento socioeconômico, o caso é ainda mais preocupante em países com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em níveis baixo e médio. Enquanto no primeiro grupo os casos de câncer podem aumentar até 142%, no outro essa estimativa é de 99%.

“O impacto deste aumento não será sentido de forma uniforme nos países com diferentes níveis de IDH. Aqueles que têm menos recursos para gerir o fardo do câncer suportarão o peso do fardo global da doença”, diz Freddie Bray, chefe do ramo de Vigilância do Câncer da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, em informação divulgada no site O Globo.

“Apesar dos progressos realizados na detecção precoce do câncer, no tratamento e cuidados aos pacientes oncológicos, existem disparidades significativas nos resultados do tratamento não apenas entre regiões de alta e baixa renda no mundo, mas também dentro dos países. O local onde alguém mora não deve determinar se ela vive", comentou Cary Adams, chefe da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), em dado também encontrado no O Globo.

"Existem ferramentas para permitir que os governos priorizem os cuidados oncológicos e para garantir que todos tenham acesso a serviços de qualidade e a preços acessíveis. Esta não é apenas uma questão de recursos, mas uma questão de vontade política”, finaliza Adams.

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