Estilo de vida
09/07/2020 às 10:00•1 min de leitura
"Revoluções artísticas" já aconteciam muito antes do renascimento, do dadaísmo... ou do novo álbum do seu cantor pop favorito. Uma descoberta arqueológica recente, publicada na revista Antiquity, mostra que nossos ancestrais do Neolítico — a Idade da Pedra Polida, entre 10 mil e 4 mil anos a.C., época em que surgiu a agricultura — criaram uma nova maneira de maneira de se expressar. Eles deixaram de fazer esculturas apenas de animais, para retratar nossa própria espécie humana. Um passo importante, não?
De acordo com os cientistas, a "revolução artística" aconteceu por volta de 7500 anos a.C., alguns séculos antes que outras culturas pré-históricas da Ásia começassem a retratar pessoas em sua arte.
Esculturas de humanos datam de 7500 a.C. (Fonte: IFL Science/Reprodução)
Além disso, ao que tudo indica, as pequenas esculturas — que tem cinco centímetros, mais ou menos — faziam parte de um ritual relacionado à morte. Em primeiro lugar, o local onde elas foram encontradas, no vale do Rio Zarqa (Jordânia), fica na mesma área onde os mortos do grupo eram enterrados.
Segundo as primeiras análises feitas pelos cientistas, os corpos eram desenterrados e manipulados, então enterrados de volta — com as esculturas.
Pela posição em que as peças foram encontradas, elas foram colocadas nas covas propositalmente e com cuidado. Os arqueólogos acreditam que elas faziam parte de algum espécie de ritual para lembrar os mortos.
Como as esculturas são bem pequenas e simples, é difícil bater o olho e dizer que se tratam de seres humanos, não é mesmo? Afinal, as artes do povo do Rio Zarqa não são nenhum Davi, de Michelangelo... Mas, pelo contexto em que elas foram encontradas e com base em outros achados arqueológicos feitos na região, foi possível identificar que essas pequenas esculturas são uma das primeiras retratações de seres humanos na história da arte. Pensando bem, elas até que são boas para um primeiro trabalho, né?