Glutão é visto em parque americano pela primeira vez em 100 anos

Neste ano, uma fêmea de glutão foi vista acompanhada de dois filhotes no Parque Nacional do Monte Rainier, no estado de Washington, EUA. Esse foi o primeiro avistamento do animal no parque em cem anos e pode indicar melhoras em seu ecossistema, segundo as autoridades locais. 

Os glutões, também conhecidos como carcajus, são mamíferos mustelídeos da espécie Gulo gulo. Eles são encontrados em regiões frias da América do Norte, Europa e Ásia e são raros nos Estados Unidos, com menos de mil indivíduos em 48 de seus estados — o estado de Washington não é um habitat comum para o animal, que prefere regiões montanhosas.

Por esse motivo, o caso anima os responsáveis pelo parque washingtoniano, que trabalham com cientistas do Cascade Carnivore Project para descobrir, por meio de câmeras, mais avistamentos na região. As autoridades também contam com a ajuda de visitantes e pedem que os avistamentos e fotografias sejam reportados no site do projeto.

(Fonte: Mount Rainier National Park via Flickr / Reprodução)

O glutão se assemelha com um mustelídeo comum, contudo, seu porte avantajado e musculoso o diferencia dos demais em sua espécie e lembra um pequeno urso — o que pode confundir alguns visitantes. 

Diante disso, a ecologista de parque, Dr. Tara Chestnut, explica que embora o carcaju seja conhecido pela sua agressividade — graças ao herói da Marvel de mesmo nome, o Wolverine —, ele é um animal tímido que não representa nenhum risco aos humanos e possivelmente irá fugir assim que avistado. 

Importância ecológica 

Para um dos superintendentes do parque, Chip Jenkins, o ocorrido é um indicativo das condições do parque: "Quando tivermos tal abrangência de espécies carnívoras presentes na paisagem, significa que estaremos fazendo um bom trabalho gerenciando nosso meio-ambiente," comenta ele, em comunicado. 

(Fonte: Mount Rainier National Park via Flickr / Reprodução)

Iniciativa do parque é importante para a preservação do carcaju, que foi considerado extinto em diversos estados americanos no passado, durante o início do século XX, quando a caça predatória por sua pele estava em alta. Atualmente, a espécie enfrenta o risco moderado de extinção, com menos de mil animais nos Estados Unidos e 22 mil em todo mundo.