Estilo de vida
18/12/2020 às 10:00•2 min de leitura
Um novo estudo, feito por cientistas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e publicado na última quarta-feira (16) na revista científica Emerging Infectious Diseases, fez um levantamento geográfico dos locais com água contaminada pela Naegleria fowleri, a ameba “comedora de cérebros”, nos EUA.
Analisados os casos registrados de 1978 a 2018 e relacionados a exposição recreativa à água, como nadar em lagos, lagoas, rios ou reservatórios, foram detectados 85 casos de N. fowleri, 74 deles apenas em estados do sul. Porém, verificou-se uma dispersão geográfica em direção ao norte, com uma evolução na latitude dos casos de cerca de 13,3 quilômetros por ano.
Por fim, os pesquisadores fizeram uma análise dos dados meteorológicos próximos às datas de ocorrências de mortes por N. fowleri, e concluíram que as temperaturas diárias nas duas semanas que antecederam cada caso eram maiores que as médias históricas desses locais.
Segundo o estudo do CDC, a N. fowleri é um organismo unicelular encontrado naturalmente em água doce de lagos ou rios, que pode infectar o cérebro humano, subindo pelo nariz. A infecção, conhecida como meningoencefalite amebiana primária (PAM na sigla em inglês), destrói o tecido cerebral do portador, e pode levar à morte.
Os cientistas acreditam que, como a N. fowleri se desenvolve em águas quentes, até 45º C, é possível que o aquecimento global, que coincide com um aumento no uso recreativo da água, como natação e esportes aquáticos, possa contribuir para uma alteração no perfil epidemiológico da PAM.
Saber quando e onde os casos de PAM ocorreram no país pode ajudar a prever as épocas mais perigosas para visitar piscinas naturais, conforme os autores. Contudo, por não haver testes rápidos para a N. fowleri na água, a única maneira de prevenir a infecção é evitar nadar em água doce quente, ou, se o fizer, jamais permitir que o líquido entre pelo nariz.