Ciência
06/10/2021 às 02:00•2 min de leitura
É comum ouvir que uma pessoa é mais inteligente do que a outra. Porém, o que define o nível de inteligência? Quais critérios são observados para qualificar um indivíduo como intelectualmente superior a outro? Para responder aos questionamentos, desenvolvi, com a biomédica Nathália Barth e a neuropsicóloga Leninha Wagner, um artigo científico, recentemente publicado na Bio Innovation, para avaliar a inteligência geral.
No artigo, destacamos que alguns indivíduos apresentam um desenvolvimento cerebral mais eficiente do que de outros, e tais variações são determinadas através da inteligência lógica, que influencia no tipo de inteligência de cada um, além de fatores genéticos. Vale ressaltar que a psicologia considera dois tipos de inteligência: cristalizada e fluida.
A primeira está relacionada ao conhecimento e experiência anteriores, e reflete a cognição verbal. É influenciada pela estrutura cortical e da espessura cortical em áreas laterais dos lobos temporais, e do polo temporal.
Enquanto a inteligência fluida, ligada à atividade neural nas regiões pré-frontal e parietal lateral, está relacionada ao raciocínio, atenção e memória.
Para avaliar a participação genética na inteligência, visto que o “percentual de genes que produzem proteínas funcionais está implicada em diversas funções neuronais”, foram utilizados estudos que mostram que genes, associados aos neurônios principais do córtex e mesencéfalo, indicam haver relação da função e a estrutura da célula piramidal à inteligência humana.
Existem diversos recursos para analisar a inteligência de um indivíduo, como imagem cerebral que investiga a estrutura e funções do cérebro, mas sabe-se que a inteligência tem grande participação genética.
Quando observadas neuroimagens, é possível identificar melhores e maiores conexões na região branca e cinzenta do cérebro. Porém, não apenas o volume e espessura da substância cinzenta do cérebro que tem relação com a inteligência.
Desse modo, concluiu-se que pode haver relação da função e a estrutura da célula piramidal à inteligência humana relativo ao tamanho dendrítico e velocidade do potencial de ação e o QI.
Logo, o fator genético serve como precursor para o desenvolvimento da inteligência, e uma boa dieta, bem como a prática de exercícios físicos e atividades lúdicas na infância, são fatores importantes para que a região do córtex pré-frontal, responsável pela lógica, prevenção e tomada de decisões possa comprometer o bom desenvolvimento de regiões no cérebro relacionadas às demais inteligências.
O artigo original foi publicado na revista científica Bio Innovation.
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Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; PhD em neurociência pela Logos University International/City University. É também mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; pós-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neurociência, Neurociência Aplicada à Aprendizagem, Neurociência em Comportamento, Neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil; conta com especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA); é bacharel em Neurociência e Psicologia pela EBWU e licenciado em Biologia e História pela Faveni do Brasil; tecnólogo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializações em Inteligência Artificial na IBM e programação em Python na Universidade de São Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontifícia Universidade Católica (PUC).