Ciência
19/10/2023 às 06:30•2 min de leitura
Desde 2016, o Royal Botanic Gardens (RGB) Kew publica relatórios que fornecem um panorama completo das plantas e fungos e ajudam a responder uma pergunta bastante pertinente: o quão ameaçadas de extinção estão as diferentes espécies?
Mais de 200 estudiosos, espalhados por 30 países diferentes, participaram do quinto relatório anual das plantas e fungos do mundo, publicado na última semana, e a resposta é unânime: as ameaças são expressivas, e é preciso investir ações concretas para que elas não desapareçam.
Orquídeas estão no grupo de flores em risco de extinção. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Assim como os animais, as plantas precisam crescer em condições favoráveis para que se desenvolvam. No entanto, a realidade já tem dado amostras concretas que muitas espécies estão desaparecendo enquanto o desequilíbrio da natureza se acentua.
O documento aponta que pelo menos 45% das plantas com flores podem estar diante desse mesmo risco. Dentre as variedades ameaçadas, há algumas conhecidas, como as orquídeas. Apesar do processo de catalogação envolvido nesse tipo de projeto oferecer uma quantidade robusta de dados, é importante ressaltar que muitas espécies ainda não são conhecidas.
E ao considerar esse último grupo, estima-se atualmente que pelo menos três em cada quatro, entre dez mil plantas vasculares, não tenham sido descritas até hoje e estejam ameaçadas de extinção, destaca o levantamento.
Esses dados se mostram importantes ao levar em conta que o mapeamento de espécies potencialmente ameaçadas também norteia possíveis ações de preservação a serem adotadas.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
O relatório ainda aborda o reino dos fungos, que apesar de conter um universo em si mesmo, ainda não é amplamente conhecido. Presentes em todo o planeta, eles atuam como um elemento vital da natureza.
Para ilustrar isso, o relatório fornece outra perspectiva assustadora: devem existir cerca de 2,5 milhões de espécies de fungos em todo mundo. No entanto, apenas 10% delas foram formalmente descritas. Mais do que apresentar o panorama, o documento ainda vai além e aponta estratégias e recomendações para reverter esse cenário delicado.
Dessa forma, ao evidenciar em quais regiões ainda há lacunas na coleta de informações sobre as espécies vegetais, o relatório fornece um ponto de partida importante para que plantas sejam conhecidas e protegidas em meio a novos trabalhos de campo. Há ao menos 32 regiões classificadas com esse status, e 14 dessas manchas escuras estão localizadas na Ásia.
Em comunicado, Alexandre Antonelli, que é Diretor de Ciência da RGB Kew, destaca o potencial de novas ferramentas tecnológicas auxiliarem nessa tarefa: "ferramentas, tecnologias e abordagens estão nos ajudando a acelerar esse trabalho." Ou seja, apesar da perspectiva preocupante, ainda há caminhos a serem adotados.