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21/04/2014 às 05:52•3 min de leitura
Aqui no Mega Curioso, já falamos sobre alguns paradoxos e ideias malucas como, por exemplo, é o caso do suicídio quântico, do Efeito Mpemba e do Paradoxo de Ferni. No entanto, o que não faltam por aí são experimentos mentais e situações hipotéticas imaginadas por cientistas para explicar o mundo à nossa volta. O pessoal do site ListVerse reuniu uma série desses paradoxos em um curioso artigo, e você pode conferir quatro deles a seguir:
Pense no tamanho das baleias. Esses animais são muito — muito — maiores do que os humanos. Então, é de se esperar que seus organismos também sejam formados por um número de células bem maior do que o nosso, não é mesmo? Logo, a incidência de câncer nesses animais deveria ser muito maior do que em pessoas, certo? Pois, na realidade, a resposta a essa questão é “errado”.
Richard Peto — daí o nome do paradoxo —, um professor da Universidade de Oxford, na Inglaterra, descobriu que a correlação entre tamanho do animal e a prevalência de câncer não existe. Segundo o cientista, os seres humanos e as baleias-beluga, por exemplo, têm as mesmas chances de desenvolver o câncer, enquanto animais bem menores, como determinadas raças de ratinhos, são muito mais propensos a ter a doença.
Alguns biólogos acreditam que essa falta de conexão se deve a mecanismos de supressão de tumores presentes em animais maiores, que agem no sentido de evitar que as células sofram mutações durante o processo de divisão.
Convide um grupo de amigos para participar de um experimento. Peça que eles assistam ao vídeo acima e, depois, pergunte se, na opinião deles, o som aumentou ou diminuiu durante as quatro vezes em que ele é reproduzido ao longo do clipe. Aliás, não se surpreenda se a sua pergunta não virar tema de discórdia entre os participantes do teste! Para entender o motivo da discussão, primeiro é preciso saber um pouquinho sobre música.
Cada nota musical tem um tom determinado, ou seja, uma altura mais alta ou mais baixa com a qual ela soa. Além disso, uma nota que é uma oitava acima de outra nota soa duas vezes mais alta porque sua onda apresenta o dobro da frequência, e cada intervalo de oitava pode ser dividido em dois intervalos de trítonos semelhantes.
Voltando ao vídeo, cada par de sons é separado por um trítono e, em cada um deles, o som é formado por uma mistura de notas idênticas, mas de oitavas distintas, ou seja, uma mais alta do que a outra. Assim, quando um som é reproduzido logo após uma segunda nota a um trítono de distância, é possível interpretar — corretamente — essa segunda nota como sendo mais alta ou mais baixa do que a primeira.
Outra aplicação desse mesmo paradoxo se refere a um som infinito que parece estar diminuindo de tom constantemente, embora o que realmente está acontecendo é que ele está sendo reproduzido em ciclos contínuos. Você pode conferir um exemplo dessa segunda aplicação dos trítonos no vídeo abaixo:
Imagine uma formiguinha caminhando sobre um elástico de 1 metro de comprimento a uma velocidade constante de 1 centímetro por segundo. Agora imagine que esse elástico também está sendo esticado a um ritmo de 1 quilômetro por segundo. Em sua opinião, será que a coitadinha conseguirá chegar ao final do elástico?
Embora pareça impossível que a formiga possa concluir o percurso — afinal, a velocidade de locomoção é bem menor do que a do elástico —, eventualmente ela conseguirá chegar ao final sim. Isso porque, antes de começar, a formiguinha tem 100% do elástico à sua frente para percorrer. Mas, depois de 1 segundo, apesar de o elástico ter se tornado consideravelmente mais longo, a formiga também se desloca, reduzindo uma fração da distância a ser percorrida.
Assim, embora a distância diante da formiga aumente, o pequeno pedaço de elástico que ela já percorreu também vai se esticando. Isso significa que, apesar de o comprimento do elástico aumentar em velocidade constante, a distância diante da formiga aumenta um pouco menos a cada segundo, reduzindo o total que deverá ser percorrido.
Contudo, existe um pequeno detalhe sobre este paradoxo: para funcionar, a formiga deve ser imortal, pois, para chegar ao final do elástico, ela precisará caminhar durante 2,8 x 10 43.429 segundos, ou seja, por um período de tempo superior ao tempo de vida do Universo.
Como você sabe, os genes trazem todas as informações necessárias para a criação de um organismo, portanto seria lógico assumir que — teoricamente — organismos mais complexos também tivessem genomas mais complexos, não é mesmo? Pois, na prática, isso não ocorre necessariamente.
A ameba, por exemplo, que é um organismo unicelular, não só conta com um genoma 100 vezes maior do que o dos humanos como possui um dos maiores já observados pelos cientistas. Além disso, também é possível que espécies muito similares entre si tenham genomas radicalmente diferentes, e essas particularidades são explicadas pelo Paradoxo do Valor de C.
Outra questão relacionada com o Paradoxo é que o genoma pode ser maior do que o necessário, e que nem todos os genes estejam em uso. O mais curioso é que esse aspecto não é algo negativo — no caso dos humanos, se todo o DNA estivesse ativo, a quantidade de novas mutações a cada geração seria bastante alta. Aliás, é essa quantidade de genes inativos — que variam de uma espécie para outra — que dão origem ao paradoxo.