Artes/cultura
16/05/2024 às 16:00•2 min de leituraAtualizado em 11/07/2024 às 10:56
Você já se perguntou quanto tempo levaria para um grande tubarão-branco atravessar um oceano inteiro? Talvez você nem soubesse que os tubarões fizessem esse trajeto, não é mesmo? Pois então se prepare para conhecer Nicole, uma fêmea de tubarão-branco que não só atravessou o Oceano Índico e voltou, mas o fez em um tempo recorde.
A estrela dessa história, Nicole, ganhou esse nome em homenagem à atriz australiana Nicole Kidman que, segundo os pesquisadores, é uma grande fã de tubarões-brancos.
Em 7 de novembro de 2003, ainda na África do Sul, Nicole foi marcada com um rastreador eletrônico na sua barbatana dorsal. Esta pequena etiqueta tornou-se a chave para desvendar a incrível jornada que ela empreendeu, pois transmitiu informações cruciais sobre sua localização, profundidade e temperatura da água durante toda a sua travessia.
No começo, a pesquisa pareceu que seria frustrada, pois Nicole perdeu a etiqueta rastreadora ao chegar na Austrália. Contudo, pra sorte de todos, o equipamento conseguiu transmitir os dados da travessia da nossa estrela — e eles eram impressionantes.
Durante a primeira parte da sua viagem, Nicole nadou uma incrível distância de cerca de 11.100 quilômetros da África do Sul até à Austrália, tudo isso em 99 dias, o que é surpreendente.
Os cientistas ficaram ainda mais alarmados no ano seguinte, mais precisamente em 20 de agosto de 2004, quando avistaram Nicole de volta na África do Sul. Ou seja, nessa aventura de ida e volta, ela completou mais de 20 mil quilômetros em aproximadamente 9 meses.
Para se ter uma ideia, a distância em linha reta entre São Paulo e Seul, capital da Coreia do Sul, é de pouco mais de 18 mil quilômetros.
Essa jornada colocou Nicole no topo, estabelecendo um novo recorde para a travessia mais longa já realizada por um animal marinho que se tem registro, um feito tão notável que lhe garantiu um lugar de destaque no Guinness Book.
Os cientistas ainda estão tentando entender completamente os motivos por trás das migrações dos grandes tubarões-brancos. Pode ser que eles estejam seguindo padrões de alimentação ou talvez queiram apenas conseguir parceiros para reprodução. Contudo, algumas questões começam a ganhar espaço.
Um ponto destacado da pesquisa é que a viagem de Nicole provou que os grandes tubarões-brancos não são apenas nadadores rápidos, mas também mergulhadores habilidosos. Durante sua trajetória, ela atingiu profundidades impressionantes, mergulhando até 980 metros abaixo da superfície. ,
Essa habilidade de mergulho profundo é crucial para sua sobrevivência e pode desempenhar um papel importante em sua capacidade de navegar em águas desconhecidas.
Além disso, a pesquisa demonstrou que esses majestosos predadores estão mais conectados do que imaginávamos. Isso porque, como esses animais conseguem fazer grandes travessias, eles podem se conectar com diferentes grupos distribuídos pelo globo, interagindo e procriando com tubarões de outras áreas.
Dessa maneira, fica claro para os pesquisadores a importância de proteger os tubarões-brancos em todo o mundo, já que não adianta salvá-los em um lugar se eles podem migrar para outro que não tem proteção.
Como a pesca vem representando uma ameaça crescente para os tubarões-brancos em oceanos abertos, é fundamental entender seus padrões de migração e comportamento para implementar medidas eficazes de conservação.