Ciência
17/10/2022 às 09:00•2 min de leitura
Você já deve ter percebido que é muito comum ver alunos presenteando maçãs para seus professores em filmes e séries de TV norte-americanas.
Embora o costume não seja popular aqui no Brasil, a ideia de presentear os tutores com a fruta está enraizada em nossas mentes graças às mídias importadas dos Estados Unidos. Mas por que será que crianças dão maçãs aos professores nos EUA?
(Fonte: Bert Hardy/Picture Post/Getty Images)
Ainda que nosso contato com esta prática venha das produções hollywoodianas, a tradição, na verdade, veio da Escandinávia. Lá pelos séculos XVI, XVII e XVIII, os professores eram muito mal pagos – a ponto de correrem o risco de não ter o que comer.
Na época, muitos destes profissionais eram mulheres solteiras e, por isso, as famílias dos estudantes costumavam dar uma ajudinha extra, oferecendo comida e até mesmo abrigo. Por esse motivo, pais e mães providenciavam cestas com muitas frutas como uma forma de agradecer (ou até mesmo pagar) às moças pelo serviço prestado.
O tempo foi passando e o costume acabou chegando aos Estados Unidos, um país onde maçãs eram um item de grande valor para a população. Na época, a cidra era basicamente a bebida mais comum nas colônias norte-americanas, por ser barata de produzir e, em muitos casos, mais segura de se consumir do que a água "pura" disponível.
Assim, maçãs eram utilizadas como moeda de troca e muitos pais começaram a pagar os tutores de seus filhos com cestas recheadas da cobiçada fruta. Com o tempo, os pagamentos dos profissionais da educação começaram a aumentar, fazendo com que não fosse mais necessário aceitar frutas como remuneração. O costume, porém, não morreu.
(Fonte: Carlos Barquero Perez/Getty Images)
Ainda que já não fosse mais parte do pagamento, como o início do ano letivo coincidia com o início da estação de colheita, a partir do século XIX, os alunos continuaram levando uma única maçã para seus professores como uma espécie de agradecimento pela dedicação em ensinar.
Hoje em dia, mesmo nos EUA, essa prática já não é mais tão comum — mas persiste viva e forte graças à influência da cultura pop no nosso cotidiano.