Artes/cultura
28/11/2022 às 12:00•2 min de leitura
Pense no seguinte cenário: a Terra foi atingida por um asteroide gigante, o que causou um bloqueio no Sol e colapsou a agricultura ao redor do mundo. Todas as nossas tentativas de redirecioná-lo de posição falharam e agora o planeta todo está envolto em chamas e destruição.
Os peixes estão mortos e o gado quase todo se foi. Nós, no entanto, miraculosamente sobrevivemos ao impacto inicial, mas precisamos buscar novas formas de se alimentar, uma vez que todas as nossas fontes de comida originais se foram com o rastro de destruição. Será que nós conseguiríamos viver no apocalipse? Entenda!
(Fonte: Shutterstock)
Entender como nós poderíamos sobreviver após ser atingidos por um asteroide é um exercício que precisamos ter caso queiramos escapar do destino fatal das criaturas que habitavam a Terra no passado. Há 66 milhões de anos, o asteroide Chicxulub atingiu nosso planeta, transformou o leito rochoso do oceano em plasma, vaporizou toda a vida em um raio de 2.400 km e extinguiu os dinossauros.
Nossos ancestrais mamíferos, no entanto, sobreviveram às terríveis consequências do impacto por serem animais escavadores. E o que isso quer dizer sobre nosso futuro? A vida embaixo da terra pode ser uma solução interessante para fugirmos do fim. Por exemplo, aqueles que se esconderam em minas antigas em Nagasaki, no Japão, conseguiram sobreviver às bombas atômicas no fim da Segunda Guerra Mundial.
Por isso que, em um possível caso de ser atingido por um asteroide, a construção de fazendas subterrâneas pode funcionar. Em primeiro lugar, brotos, microverdes, aspargos brancos, ruibarbo e cogumelos podem ser cultivados com luz artificial zero, o que nos daria um pouco de força no início da operação.
(Fonte: Shutterstock)
Em modelos computadorizados para estudar uma guerra nuclear total — algo que seria o equivalente a ser atingido por um asteroide gigante —, cientistas mostraram que somente 40% da luz normal que temos hoje permaneceria perto do equador e apenas 5% nas regiões mais perto dos polos.
Nesse mundo inevitavelmente mais frio, alimentos como beterraba sacarina, cenoura, repolho, batata e ervilha são alguns dos que possuem melhor tolerância ao extremo. Culturas essenciais, como trigo, arroz, milho e soja poderiam ser realocadas para os trópicos, sendo plantadas em conjunto com mandioca, espinafre selvagem e inhame.
A construção de estufas, supondo que humanos ainda queiram colaborar entre si, seria essencial para maximizar a luz solar que recebemos e aumentar a produtividade das safras. Embora esse seja um cenário apenas hipotético e a NASA tenha mostrado sucesso recente em tentativas de redirecionar um asteroide, prepara-se para o pior é um exercício muito importante para assegurarmos nossa sobrevivência.
No fim das contas, talvez seja necessário afrouxarmos nossa concepção de agricultura e voltarmos a outros hábitos mais primitivos. É possível que muitas pessoas não estejam preparadas para largar o conforto dos seus lares? Sim, mas a sobrevivência da nossa espécie dependerá disso.