Ciência
20/02/2023 às 11:00•3 min de leitura
Poucas bebidas alcoólicas possuem perfil tão democrático quanto a cerveja: é consumida por diferentes classes sociais e gêneros, ao longo de todo o ano, e em vários locais. Todavia, a maneira de ser ingerida carrega em si mitos perpetuados pela desinformação sobre o que se consome. E isso ocorre por quem faz, vende e bebe.
Recentemente, um vídeo de um garçom publicado em um perfil no TikTok afirmava que havia uma forma de serviço que impediria que gás se acumulasse no estômago de quem bebesse. A informação é falsa, e mostra que, por mais que muito consumida, a bebida é cercada de desconhecimento. E vamos desmistificar alguns deles aqui. Confira!
(Fonte: Unsplash)
Quem frequenta botecos está acostumado com apelidos dados às garrafas de cerveja geladas: "canela de pedreiro" e "véu de noiva" são alguns dos mais famosos. No entanto, a ideia de que o consumo da cerveja deve ser feito com ela estando estupidamente gelada é um mito. Quando ela está demasiadamente gelada, seu paladar é prejudicado, fazendo com que não consiga identificar sabores esperados pelo estilo da cerveja.
No caso de países tropicais, a temperatura da cerveja sempre esteve ligada ao calor, sendo ela consumida mais fria para regular a temperatura ambiente. Cada tipo de cerveja terá uma temperatura ideal para ser consumida.
Uma regra geral é que a temperatura esteja relacionada com a graduação alcoólica, de maneira ideal seria a mesma temperatura: uma cerveja com 4% de teor alcoólico deveria estar em 4 °C, uma cerveja com 10% de teor alcoólico, 10 °C.
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Há uma tendência em crer que cervejas escuras serão mais fortes, ou até que serão mais alcoólicas. E isso é um mito. Muitas cervejas escuras comercializadas nos supermercados possuem teor de álcool menor que as marcas mais comercializadas.
A mudança da cor se deve pela escolha do malte utilizado na preparação da bebida, e seu uso não influenciará que ela seja mais forte, nem mais amarga, necessariamente. Em especial, porque o responsável pelo amargor da cerveja é o lúpulo, não o malte.
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Você pode ter ouvido aquele seu amigo bom de copo dizer que o caneco de cerveja precisa estar inclinado na hora de servir, preferencialmente a 45 graus. Na realidade, de acordo com cientistas, o ideal é um ângulo muito menor, cerca de 15 graus, para evitar que o sabor da bebida se perca pela rápida formação de bolhas.
O ângulo de 45 graus só vai ser apropriado para tipos de cerveja que necessitem ser servidas lentamente, em virtude de serem mais encorpadas. Também é importante que a distância entre a garrafa/lata/torneira e o copo não seja muito grande, para evitar formação de espuma em excesso, que leva a perda de sabor, deixando a bebida mais suave.
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É importante saber que cada um tem direito a achar uma marca ou formato melhor, mas não há nenhuma lógica científica em afirmar que cervejas envasadas em garrafas de vidro sejam melhores do que em latas de alumínio. Inclusive, é muito mais provável que a bebida seja melhor na lata.
Isso porque as garrafas são translúcidas, e a luz em contato com a cerveja pode prejudicar sua qualidade. Outro aspecto diz respeito à vedação: a tampa, se estiver suja ou mal colocada, pode causar a oxidação da bebida, algo mais difícil de ocorrer na lata. Essa razão leva muitas marcas a substituir suas vendas nos supermercados.
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Beber cerveja e decidir trocar por uma bebida mais alcoólica não é responsável por te fazer mal. Você pode vir a passar mal pela quantidade de álcool que você ingere. Em geral, quando você está bebendo cerveja, faz a ingestão em um ritmo. Ao trocar por outro tipo de bebida, é comum que você mantenha o ritmo, fazendo com que fique bêbado mais rápido.
Então, se quiser tomar uma cerveja e na sequência uma caipirinha, está liberado. Apenas não exagere na quantidade – e não esqueça de se hidratar com água entre um copo e outro.