Estilo de vida
19/11/2023 às 07:00•2 min de leitura
Perder peso costuma ser algo difícil para a maior parte das pessoas. Além de controlar a alimentação, há também a necessidade de monitorar o açúcar no sangue, que é algo essencial para quem vive com diabetes, por exemplo.
A maioria dos regimes envolve a restrição alimentar e a contagem de calorias. Mas, de acordo com várias pesquisas, controlar as horas pode ser mais efetivo do que controlar a comida!
(Fonte: Getty Images)
Esta é a ideia por trás do jejum intermitente: parte-se do princípio da prática de uma dieta com períodos de jejum prolongados, entre 16 a 24 horas, durante os quais apenas se pode beber água e bebidas não calóricas. Um estudo recente, publicado em outubro de 2023 no Journal of the American Medical Association (JAMA), reforça a ideia de que o jejum baseado em tempo pode ser mais efetivo à perda de peso do que a restrição calórica.
O estudo, liderado por médicos e demais pesquisadores da Universidade de Chicago, levantou a hipótese de que o jejum intermitente poderia dar mais resultado na perda de tempo e no controle do açúcar no sangue do que uma dieta com restrição calórica para pessoas com diabetes tipo 2 — o que se confirmou.
Foi feita uma comparação entre os dados de 75 participantes, com idades entre 18 e 80 anos, todos eles com diabetes tipo 2 e sobrepeso. Em seguida, eles foram distribuídos em três grupos que seguiriam práticas diferentes: o primeiro faria o jejum intermitente, mas de apenas 8 horas, enquanto o segundo reduziria a ingestão de calorias em 25%, e o terceiro manteria a rotina alimentar sem mudanças.
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O que se verificou é que o grupo que fez o jejum teve a perda de peso mais significativa, com alguns dos participantes chegando a perder 6% do seu peso total. O grupo que restringiu as calorias teve uma perda média de 2%.
Há mais uma constatação interessante: os participantes que jejuaram também reduziram sua alimentação em cerca de 300 calorias por dia em média. Ou seja, os que seguiram o jejum intermitente tenderam a diminuir cerca de 100 calorias a mais dos que fizeram controle alimentar. Contudo, isso aconteceu sem eles monitorarem aquilo que comiam.
O jejum também foi benéfico para a diminuição dos níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) e no controle da glicose. Mas houve também a constatação de que este grupo aderiu ao plano alimentar de controle de tempo em uma média de seis dias por semana, com um dia de folga.
Para a doutora Krista Varady, do Departamento de Cinesiologia e Nutrição da Universidade de Illinois em Chicago, o estudo mostra que a "alimentação com restrição de tempo pode ser uma alternativa eficaz à dieta tradicional para pessoas que não conseguem seguir a dieta tradicional, ou estão cansados. Para muitas pessoas que estão tentando perder peso, contar o tempo é mais fácil do que contar calorias”.
Vale lembrar que qualquer prática desse tipo precisa ser acompanhada por um médico especializado em nutrição. Realizar uma dieta sem monitoramento tendo problemas prévios de saúde, como diabetes tipo 2, pode ser extremamente perigoso à saúde.