Ciência
22/06/2024 às 16:00•2 min de leituraAtualizado em 22/06/2024 às 16:00
A Era Vitoriana foi um período marcado por mudanças sociais, políticas e econômicas que levaram o Império Britânico a se tornar uma grande potência. Além disso, é lembrada como uma época ditada pelo moralismo e o fundamentalismo religioso.
Com a rigidez nos costumes pregada pela monarquia e as lideranças religiosas, muitas pessoas acreditam que quem viveu naquela época não se divertia, preferindo dedicar seus esforços à rainha Vitória, que governou entre 1837 e 1901. Porém, a realidade é bem diferente, como veremos a seguir. Conheça seis maneiras curiosas de entretenimento da Era Vitoriana.
I am obsessed with Charles Lauri Junior (1860-1903), a small Victorian actor regarded, briefly, as “The King of Animal Impersonators” pic.twitter.com/wFklO4Ux3q
— Sarah Dempster (@Dempster2000) February 19, 2020
Assistir a shows de imitadores de animais era uma das formas de diversão mais populares do final do século XIX, fazendo sucesso nos teatros de Londres e outras cidades europeias. Neste ramo, o imitador Charles Lauri Junior foi um dos principais nomes.
Ele era capaz de se transformar em animais como cachorros, gatos e papagaios, usando máscaras, roupas e outros acessórios para a composição dos personagens. Em um dos seus espetáculos mais famosos, ele interpretava um macaco.
As apresentações de palhaços também faziam sucesso na época, divertindo o público em teatros e nas ruas. Entre os artistas, vale destacar o palhaço Richard Usher, que se apresentou durante anos no Anfiteatro de Astley, na capital inglesa, considerado o primeiro picadeiro de circo moderno.
Um de seus shows mais famosos foi atravessar o rio Tâmisa em uma banheira puxada por gansos, indo de Westminster até a ponte Waterloo, e sendo acompanhado por uma multidão.
O gênero true crime já era prestigiado na Era Vitoriana. Espetáculos retratando crimes enchiam os teatros, como era o caso da peça O Assassinato no Celeiro Vermelho, que estreou em 1840 abordando a morte violenta de Maria Merten.
Várias peças e músicas sobre o caso foram criadas, mostrando o fascínio dos britânicos pelas histórias de crime real.
Os shows de horrores (também conhecidos como "freak shows") foram atrações muito populares no século XIX. Nesse tipo de espetáculo, pessoas com anomalias corporais eram exibidas como animais em um zoológico. Entre as atrações com mais destaque estava o homem que engolia objetos, o famoso “avestruz humano”.
Ele engolia alfinetes, pregos, lâminas, vidros e outras coisas, fazendo disso a sua carreira. Em algumas ocasiões, permitia até que médicos o examinassem para mostrar que não havia truques.
Também parte dos freak shows, os irmãos Maximo e Bertola nasceram com microcefalia, uma anomalia congênita que faz o bebê ter a cabeça pequena. Vendidas a um promotor de shows americano, após sua mãe ser enganada, as crianças se tornaram atração circense.
Apelidadas de “crianças astecas”, elas eram apresentadas como supostas descendentes de uma extinta raça asteca em um show que ganhou fama mundial.
Cães fantasiados de touros, simulando uma tourada, também divertiam os britânicos. Treinados, eles se fingiam de mortos ao final do combate e saíam arrastados por um cavalo, recebendo petiscos pelo trabalho feito.
A tourada simulada chamou até a atenção da rainha em 1899, que ficara preocupada com a saúde dos animais.