Ciência
12/02/2022 às 08:00•3 min de leitura
Ficar doente é, inevitavelmente, uma chatice. Por sorte, a Ciência já avançou bastante a ponto de encontrar a cura para várias doenças que, durante séculos, pareciam incuráveis. Porém, a verdade inconveniente é que ainda há problemas de saúde que precisamos lidar e que às vezes parecem simplesmente sem cura.
Além disso, já tivemos casos de doenças que foram curadas das formas mais estranhas possíveis. Confira neste texto algumas enfermidades que sumiram por conta de uma dose de criatividade — e, claro, coragem.
(Fonte: Pixabay)
Nos anos 1970, alguns cientistas notaram um fato inusitado: havia uma conexão entre pessoas que estavam infectadas por vermes e a falta de alergias. Eles observaram principalmente uma ligação entre a infecção por ancilostomíase e a falta de febre do feno, uma reação alérgica ao pólen.
Felizmente, os pesquisadores não chegaram à conclusão de que simplesmente engolir vermes nos protegeria das alergias — embora um cientista britânico chamado Jonathan Turton, em 1976, tenha engolido um ancilostomídeo para curar seu problema. Atualmente, há estudos em desenvolvimento que investigam como a presença de alguns parasitas pode estar relacionada à ausência de outras doenças, como a diabetes, a asma e até a esclerose múltipla.
(Fonte: Shutterstock)
Pesquisadores de várias partes do mundo estão investigando o uso de um vírus como tratamento para formas congênitas da cegueira. Na Universidade de Califórnia (Berkeley), cientistas conseguiram curar a cegueira de macacos com esse método.
A técnica em desenvolvimento faz o vírus funcionar como uma espécie de vacina, que “ensina” as células ganglionares a reconhecer a luz. O método se chama optogenética e é uma grande promessa para pessoas que nasceram cegas.
(Fonte: Wikimedia Commons)
As lobotomias (intervenções cirúrgicas em que se perfurava o crânio de um paciente para separar o lobo frontal do resto do cérebro) são hoje conhecidas como um dos procedimentos cirúrgicos mais cruéis já inventados, tanto que foram proibidas.
O método visava tratar pessoas com transtornos mentais graves para que se tornassem mais calmas e menos agressivas — mas, na prática, muitas vezes elas entravam em estado vegetativo.
Por incrível que pareça, essa técnica está sendo investigada atualmente, mas agora com o uso da alta tecnologia. Alguns pesquisadores estão estudando o uso de lasers finos para operar pequenas áreas do cérebro com extrema precisão, de forma a retirar o tecido responsável por causar algum tipo de comportamento incômodo, como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Essas cirurgias ainda são vistas como o último recurso possível, usado apenas em casos extremos, mas os pesquisadores têm obtido sucesso.
(Fonte: MaryValery/Getty Images)
Esse tratamento pode parecer nojento, mas realmente funciona. Uma doença grave no intestino chamada de colite pseudomembranosa, causada por bactérias Clostridium difficile, está sendo tratada pelo método do transplante fecal — que consiste, como o nome deixa claro, na inserção de fezes de um doador saudável na pessoa doente.
O objetivo do transplante é regular a microbiota intestinal com bactérias “boas” ausentes no doente. Isso acaba redefinindo a flora intestinal do paciente. O método tem sido considerado bastante eficaz também para outras doenças, como síndrome do intestino irritável e doença de Crohn.
(Fonte: Shutterstock)
O melanoma é uma forma muito perigosa de câncer de pele, que infecta as células produtoras de pigmento da pele, formando verrugas e pintas estranhas. Mas pesquisadores têm testado um método um tanto diferente para tratar melanoma: o uso do vírus que causa herpes.
Cientistas da Universidade da Califórnia conduziram um estudo em que usaram uma versão modificada do vírus do herpes para tratar o melanoma em estágio avançado. A ideia era de que o vírus atraísse as células imunológicas do corpo para as cancerosas, matando-as.
O tratamento ainda é experimental, mas tem dado bons resultados. Dois terços dos pacientes que receberam o vírus modificado tiveram reações melhores do que aqueles que só receberam os remédios tradicionais usados contra o câncer.