Padrões de caminhada podem ajudar cientistas na previsão de demência

04/04/2023 às 04:002 min de leitura

Você já deve ter ouvido falar que problemas cognitivos como dificuldades de memória e de realização de tarefas complexas podem ser sinais de demência. Em alguns aspectos, isto está correto.

Recentemente, uma equipe de pesquisadores conduziu um estudo para avaliar como padrões de caminhada alinhados com a função cerebral poderiam ajudar a diagnosticar diferentes tipos de condições neurodegenerativas.

Esse estudo, realizado por pesquisadores canadenses, analisou deficiências de marcha em pessoas com diversas condições, incluindo doença de Parkinson, deficiência cognitiva subjetiva, doença de Alzheimer e demência frontotemporal. 

Eles também incluíram no estudo um grupo de controle composto por pessoas saudáveis cognitivamente. Os resultados dessa pesquisa foram publicados no periódico especializado Alzheimer's Dementia: The Journal of the Alzheimer's Association.

O Estudo

(Fonte: GettyImages/ Reprodução)(Fonte: GettyImages/ Reprodução)

A equipe de pesquisadores liderada pelo Dr. Manuel Montero-Odasso da Lawson Health Research Institute e da Western University foi a responsável por realizar o estudo para avaliar a relação entre padrões de caminhada e a função cerebral em 500 participantes inscritos nos ensaios clínicos.

O objetivo era descobrir se o desempenho motor, especialmente a maneira como as pessoas andam, pode ajudar a diagnosticar diferentes tipos de condições neurodegenerativas.

Uma das principais linhas de estudo do Dr. Montero-Odasso é a busca de novas abordagens de diagnóstico e tratamentos para prevenir e combater a demência precoce.

Como apontamos, o estudo comparou problemas/falhas de marcha em pessoas com diversos tipos de doenças, a exemplo das citadas. Os dados utilizados foram obtidos do Gait and Brain Study Cohort e do COMPASS-ND Cohort, dois importantes bancos de dados sobre o tema.

Padrões de caminhada

(Fonte: GettyImages/ Reprodução)(Fonte: GettyImages/ Reprodução)

Quando se trata de movimento, os cientistas descobriram que existem quatro padrões independentes que podem ser classificados e analisados: velocidade, ritmo, controle de postura e variabilidade. Mas o que isso significa exatamente? 

Bem, a alta variabilidade da marcha foi o único padrão associado ao baixo desempenho cognitivo, com uma eficiência de 70% na identificação da doença de Alzheimer. Essa variabilidade indica as variações que ocorrem no tempo e amplitude de cada passo enquanto caminhamos.

Esses dados podem ser utilizados para diagnosticar uma série de condições neurodegenerativas, incluindo a doença de Alzheimer. Por isso, os pesquisadores estão trabalhando duro para descobrir mais sobre como a marcha (nossa forma de andar) pode ser utilizada para detectar e prevenir essas condições debilitantes. Também estão confiantes de que, no futuro, será possível utilizar esses padrões de movimento para detectar problemas cognitivos mais cedo e melhorar os tratamentos disponíveis.

Por que é importante?

A descoberta desse novo indicador de declínio cognitivo e condições relacionadas pode ser uma ferramenta valiosa para tornar a avaliação mais precisa das condições citadas. Essas informações podem ser aplicadas em testes clínicos com uma eficiência muito maior do que dispomos atualmente. 

Ou seja, os dados coletados podem ser utilizados para fornecer um diagnóstico mais preciso. De uma forma geral, o objetivo é que os pacientes recebam o tratamento ou ajuda mais adequados. Lembrando que um diagnóstico precoce é um passo importante no processo de gerenciamento de condições neurodegenerativas.

Fonte

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