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18/09/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 18/09/2024 às 12:00
O ano de 2023 trouxe grandes avanços para a ciência, e um deles mudou a vida de Keith Thomas, um homem que voltou a sentir sensações antes perdidas após sofrer uma lesão grave na coluna. Esse progresso foi possível graças a um implante cerebral inovador que, em conjunto com a inteligência artificial (IA), devolveu a Thomas não só o movimento, mas também a capacidade de sentir o pelo de seu cão, Bow.
A lesão de Keith ocorreu em 2020, quando ele danificou as vértebras C4 e C5 de sua coluna, resultando em uma tetraplegia, condição que afeta a mobilidade e sensibilidade das mãos, braços, tronco e pernas, além de funções respiratórias e intestinais. Para muitos nessa situação, a esperança de recuperação era mínima, até que os engenheiros e cirurgiões do Feinstein Institutes for Medical Research, decidiram tentar algo nunca antes feito — uma ponte neural dupla para reconectar o cérebro ao corpo.
A técnica envolveu a implantação de um chip que servia como uma "ponte eletrônica", permitindo que sinais entre o cérebro e o corpo fluíssem novamente. O professor Chad Bouton, um dos principais desenvolvedores da tecnologia e investigador do estudo clínico, explicou o impacto desse avanço.
“Essa é a primeira vez que cérebro, corpo e medula espinhal são conectados eletronicamente em um ser humano paralisado para restaurar movimento e sensação duradouros”, contou Bouton. A abordagem, descrita como "terapia guiada pelo pensamento", revolucionou o tratamento de Keith.
Sempre que ele pensa em mover seu braço ou mão, o chip estimula sua medula espinhal e músculos, ajudando a reconstruir as conexões entre cérebro e corpo. Isso não só promove a recuperação física, mas também oferece feedback sensorial, tornando o processo ainda mais eficaz. “Nosso objetivo é usar essa tecnologia para que pessoas com paralisia possam viver de forma mais independente”, complementou o pesquisador.
Um ano após o início do estudo, os resultados continuam impressionantes. Keith já é capaz de estender seu braço para pegar um copo, segurá-lo e até beber utilizando apenas seus pensamentos, sem a ajuda de computadores conectados à sua cabeça. Além disso, ele recuperou a sensação em partes do braço e do pulso, permitindo que ele sinta o toque, como o pelo de Bow, seu cachorro.
O progresso de Keith, além de ser uma conquista pessoal, representa um avanço para o futuro de pessoas com paralisia. Os pesquisadores esperam que, no futuro, Thomas seja capaz de realizar tarefas mais complexas, como dirigir uma cadeira de rodas motorizada de forma independente. Para ele, o sucesso do implante cerebral tem um significado ainda maior: “A única coisa que eu quero fazer é ajudar os outros. Se isso puder ajudar alguém ainda mais do que me ajudou, tudo terá valido a pena”, declarou Thomas em 2023, quando os primeiros resultados foram anunciados.
O futuro da medicina está sendo reescrito com histórias como a de Keith Thomas, e, com a tecnologia e inovação andando lado a lado, as perspectivas para milhões de pessoas com paralisia ao redor do mundo nunca foram tão promissoras.