Bacalhau-azul-da-Nova-Zelândia imita gatos e persegue lasers no fundo do mar

24/03/2024 às 14:002 min de leituraAtualizado em 24/03/2024 às 14:00

Assim como os gatos e outros pets, o bacalhau-azul também gosta de brincar com a luz do laser. É o que constatou um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa da Água e Atmosfera da Nova Zelândia (NIWA), durante estudo para conhecer melhor os hábitos do animal marinho.

Tentando medir o tamanho e a quantidade de peixes da espécie Parapercis colias na região de Marlborough Sounds, na Nova Zelândia, os cientistas usaram câmeras subaquáticas com lasers acoplados. Ao analisar as imagens gravadas no fundo do mar, eles foram surpreendidos com o comportamento apresentado pelos animais.

(Fonte: Anna Barnett/Flickr/Reprodução)
(Fonte: Anna Barnett/Flickr/Reprodução)

Experiente neste tipo de trabalho, a técnica em ecologia marinha do NIWA, Charlotte Bodie, afirmou nunca ter visto tal reação entre os animais marinhos. “Ao tentar contar e medir o bacalhau-azul, vimos que eles estavam perseguindo nossos lasers, assim como os gatos fazem”, disse ela, em entrevista ao IFL Science.

Outra participante do projeto, a também especialista do instituto, Brooke Madden, comentou que os peixes se juntavam e seguiam os pontos de luz. A princípio, isso dificultou a contagem, mas, por outro lado, permitiu medir os animais com maior precisão.

Por que o bacalhau-azul gosta de perseguir lasers?

O comportamento diferente do Parapercis colias chamou a atenção dos pesquisadores do NIWA, que frequentemente são pegos de surpresa ao analisar gravações no oceano, visualizando reações únicas de diversas espécies. Mas eles não sabem por quais razões esses peixes ficaram interessados em perseguir o laser.

Seria necessário um estudo à parte para investigar essas motivações, focando somente neste tema. “Descobrir por que eles perseguem os lasers como gatos pode resultar em um grande projeto um dia”, declarou Bodie, sem definir um prazo para que isso aconteça.

O bacalhau-azul-da-Nova-Zelândia pesa até 3 kg e chega a 60 cm de comprimento. Natural da região oeste do Pacífico, ele se caracteriza pelos olhos grandes capazes de girar de forma independente e pelo hermafroditismo protogínico — possui órgãos masculinos e femininos, com algumas fêmeas podendo mudar de sexo quando adultas.

Bodião apresenta comportamento semelhante

(Fonte: Getty Images/Reprodução)
(Fonte: Getty Images)

O “comportamento felino” de brincar com lasers identificado no bacalhau-azul é raro, mas não inédito entre os peixes. Em 2019, biólogos marinhos da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, flagraram espécies selvagens do peixe bodião perseguindo as luzes nas águas do sudoeste da Inglaterra, de forma semelhante à registrada na Nova Zelândia.

Na ocasião, o laser usado para pesquisar o fundo do oceano foi perseguido pelos bodiões, conforme os autores, que também associaram o ato com a famosa brincadeira dos gatos. Para os cientistas envolvidos na iniciativa, é possível que os bodiões tenham se sentido ameaçados pelos pontinhos luminosos e foram atrás deles para defender o seu território.

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