Estilo de vida
20/04/2020 às 08:00•2 min de leitura
Um dos itens mais procurados na "corrida aos supermercados", que antecedeu o início do isolamento social determinado pela pandemia do coronavirus, foi o álcool — não apenas o gel desinfetante, mas também na forma de muitos litros de bebida.
Esse fato chamou a atenção da Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), organização que é referência sobre o tema no Brasil. Em fotos divulgadas nas redes sociais em grupos de mães e em festas virtuais de amigos, a organização detectou um consumo crescente de álcool, classificado pelos usuários como uma "atividade" a mais dentro da quarentena.
Segundo a Dra. Erica R. Siu, biomédica especialista em dependência química e coordenadora do Cisa, o álcool pode acabar entrando nos lares sem que as pessoas confinadas percebam, funcionando como uma "recompensa" após um dia estressante de home office e rotinas domésticas.
Outro fenômeno igualmente observado pelos profissionais do Cisa tem sido a realização diárias de happy hours, em eventos compartilhados por trabalhadores que não fazem uso regular do álcool e, durante o isolamento social, têm bebido além do uso moderado em diversas horas do dia.
Fonte: Harvard Health/Reprodução
A partir do momento em que o consumo de álcool se torna diário e excessivo, existe uma grande chance de que esse hábito se transforme em problema. Segundo a Organização Mundia da Saúde, no seu guia de cuidados para a saúde mental, o uso de substâncias (tabaco, álcool, outras drogas) é uma forma errônea de lidar com o estresse pois, "a longo prazo, piora o seu bem-estar físico e mental".
Nos Estado Unidos, o National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA) estabelece o limite de consumo de álcool em, no máximo, quatro doses diárias ou 14 doses semanais para homens, e três doses diárias ou sete semanais para mulheres e pessoas com mais de 65 anos. Uma dose são 350 ml de cerveja, 150 ml de vinho ou 45 ml de bebidas destiladas.
O ideal é que, se o consumo de álcool começar a influenciar de forma negativa a saúde ou as relações interpessoais, um médico clínico geral ou psiquiatra possa realizar uma avaliação diagnóstica. Os Alcoólicos Anônimos têm realizado reuniões virtuais diárias abertas aos que necessitarem de orientações.