Ciência
11/07/2022 às 11:00•2 min de leitura
Copacabana, no Rio de Janeiro, é certamente um dos bairros mais famosos do país. Já foi retratado em muitos filmes, novelas e livros. Mas Copacabana também carrega uma tradição que talvez não seja tão visível: os seus botequins. Há cerca de 75 deles nas 65 ruas do bairro.
Por botequim, entende-se aqui aqueles pequenos comércios populares que vendem lanches, bebidas, petiscos e o que mais pode surgir da ideia do dono. Eles acabam se tornando ponto de encontro de quem passa, quer tomar uma cerveja ou simplesmente bater um rango. E os moradores de Copacabana, a julgar pela quantidade destes estabelecimentos, costumam prestigiar os seus.
(Fonte: Diário no Rio)
A história do famoso bairro remete ao século XVII. Inicialmente, a região onde Copacabana está localizada chamava-se Sacopenapã, nome indígena que significa “o barulho e o bater de asas dos socós”, em referência aos pássaros que eram comuns neste local. Era uma área de difícil acesso na cidade — o que só começou a mudar com a inauguração do Túnel Velho de Copacabana, em 1892.
O nome do bairro acabou mudando com a chegada de comerciantes bolivianos e peruanos, que trouxeram consigo uma imagem de Nossa Senhora de Copacabana, nome esse da principal cidade no entorno do lago Titicaca. Esta imagem foi depositada no interior de uma capela e acabou dando o novo nome do bairro.
Aos poucos, o bairro foi se tornando também uma atração aos turistas que visitavam o Rio de Janeiro. Um dos marcos dessa mudança de perfil foi a inauguração do hotel Copacabana Palace, em 1923. Ele foi construído com a ideia de que fosse um hotel de luxo para hospedar os visitantes que viessem participar da Exposição do Centenário da Independência do Brasil, em 1922, mas não ficou pronto a tempo.
Em 1933, o hotel foi usado como cenário no filme Voando para o Rio, um musical com Ginger Rogers e Fred Astaire. Este movimento de valorização do bairro, junto com as praias e as belezas naturais, logo fez com que cada vez mais pessoas quisessem passear por lá.
(Fonte: Agenda Carioca)
Segundo levantamento feito por Eduardo Freitas, no perfil @preah_, no Twitter, há 75 botequins presentes nas ruas de Copacabana. A concentração é alta: das 65 ruas do bairro, 33 têm pelo menos um destes bares. Isso dá uma chance de mais de 50% de você passar na frente de um quando estiver circulando por lá.
Freitas fez uma espécie de inventário dos botequins locais no intuito de registrar sua existência e sua memória. Ele também levantou algumas informações interessantes: a maior parte destes estabelecimentos (24 deles) usa “café” ou “bar” no nome; apenas 4 deles fazem referência ao bairro em seu nome; há 2 botequins escondidos dentro das galerias de Copacabana.
Ele ainda esclarece que a lista foi montada obedecendo a certos critérios: “o botequim que escolhemos aqui não é o barzinho, nem bar, nem bistrô, nem restaurante. Esses têm sua serventia, mas o interesse aqui é outro. É da porta que abre cedo, abrigo das camadas populares, que tem estufa, tem café, traçado e conhaque de gole apressado”, explicou em sua página no Twitter.
Para completar, Eduardo Freitas garante que dá para fazer um tour nestes “pés-sujos” percorrendo os 3,5 km que separam os botecos Bar e Café Trindade e o Bar Princesa Isabel, que separam as duas pontas da rua Joaquim Nabuco. Confira aqui a lista completa com todos os bares.